Ostentando um adesivo na camisa da seleção brasileira onde se lê “Salvem nossas vacas”, o produtor de leite Edilberto Marra Carneiro, de Palminópolis (GO), conta que percorreu mais de 300 quilômetros até Brasília neste sábado, 15, para dar apoio ao presidente Jair Bolsonaro e também para pedir socorro para a atividade.
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“Este ano, se o presidente Jair Bolsonaro não assumir as rédeas da situação, centenas de milhares de produtores de leite serão expulsos da atividade, isso é um crime”, disse, na Esplanada dos Ministérios, enquanto aguardava a presença do presidente diante da multidão.
De acordo com Carneiro, duas questões têm sido problemáticas para o setor leiteiro: a importação de leite e a sustentação da atividade. “Não somos contra propriamente à importação de leite, não queremos reserva de mercado, estamos prontos pra competir. No entanto, essa concorrência que existe hoje, principalmente de leite do Mercosul, é uma desleal, não existe isonomia”, disse.
Ele afirma que não são igualitárias as condições de competitividade que têm o produtor da Argentina e do Uruguai. “Os nossos impostos aqui são muito mais altos, a lei trabalhista, muito mais exigente. Então, essa importação, acima de tudo, é desleal. Com um agravante, senhor presidente: esse leite importado da Argentina e do Uruguai ele sofre subsídios, existe isenção de PIS e Cofins para esse leite importado”, conta. “É o produtor de leite de alguma forma subsidiando os produtores daqueles outros países”.
Salvaguarda a produtores de leite
Sobre a sustentação da atividade, Carneiro afirma que a pressão dos custos neste ano tem sido “escandalosa”, sobretudo relativos a milho e farelo de soja. Uma solução para o produtor seria a utilização pelo governo do instrumento de seguro de renda.
“Para o governo assumir o seguro de renda, não precisa de recursos orçamentários extras , já existem recursos dentro da política de crédito rural, apenas eles podem ser realocados para dar um seguro de renda, uma salvaguarda para os produtores de leite, de tal forma para eles que não quebrem neste ano de 2021”.
“Portanto, senhor presidente, está nas suas mãos salvar os produtores de leite do Brasil de uma quebradeira geral”, finalizou.