Produtores de Uberaba, no Triângulo Mineiro, reclamam da falta de segurança nas áreas rurais após o aumento do número de roubos nas propriedades. Os criminosos levam tudo, de equipamentos agrícolas a motores de pivôs de irrigação, como relatou o agricultor José Luiz Varaldo, que teve a casa assaltada quatro vezes no mesmo mês.
“Os roubos ocorrem a qualquer hora do dia ou da noite. Não temos segurança alguma e está complicado achar funcionário para morar no campo. Antigamente, os funcionários perguntavam se a gente tinha uma casa na fazenda para ele morar, mas hoje ele quer apenas o emprego e não quer morar na fazenda”, disse Varaldo, que já calcula um prejuízo de R$ 300 mil por causa dos roubos.
Em outra fazenda, em Jubaí, distrito de Uberaba, os criminosos já fizeram três assaltos em 2016. Os bandidos levaram quatro animais e todos os motores da fábrica. “Eles chegam, fazem os moradores reféns, levam o gado embora e roubam a casa do funcionário. Nós estamos vivendo uma situação muito difícil e alguma coisa precisa ser feita”, disse o produtor rural Luiz Carlos Rodrigues.
Policiamento
Em Uberaba, o 4º batalhão de Polícia Militar é responsável por monitorar a zona rural, mas sofre com a falta de efetivo para cuidar de um área com cerca de quatro mil propriedades rurais com apenas 12 policiais e quatro viaturas.
O comandante do batalhão, tenente Valdemir Soares Ferreira, reconhece o problema e afirma que a situação será modificada nos próximos meses. “Nós estamos formando 218 policias militares e vários serão direcionados também para potencializar essas ações nas áreas rurais. Nós acreditamos que a formação desse efetivo e a formação de um novo batalhão, que está previsto para o próximo ano, vão ajudar bastante na redução da criminalidade tanto da área urbana como da área rural”, disse.
De acordo com o comandante, os itens mais visados pelos bandidos são os produtos agrícolas e animais. Para Ferreira, os produtores também devem ficar atentos em relação à compra e venda de insumos. “ No caso dos defensivos agrícolas, é preciso que os produtores comprem de fontes que emitam nota fiscal e não comprem produtos mais baratos, pois poderão cometer o crime de receptação”, finalizou.