Cooperativas e associações rurais de São Paulo assinaram nesta terça, dia 31, os termos de compromissos para execução das propostas aprovadas na sexta chamada do Programa Microbacias II. Nesta etapa, pelo menos seis mil famílias que vivem da agricultura devem ser beneficiadas.
Ao todo, R$ 98 milhões serão destinados à compra de equipamentos, veículos e até pavimentação de rodovias para o melhor escoamento da produção agrícola do estado.
Nesta fase, o programa vai financiar 134 projetos de associações e cooperativas paulistas, como a Associação de Produtores Rurais do Rio Claro, que vai ter acesso a R$ 500 mil para comprar equipamentos para cafeicultores de Pratânia, que vão ajudar a processar o grão e deixar o produto mais preparado para competir no mercado.
“A nossa organização participa de um mercado de comércio justo uma certificação for trading, onde o café comercializado prima pela qualidade da bebida e, tanto a colhedora, como o processamento via úmida e a própria torrefação vai garantir a qualidade do produto pra que a gente possa exportar”, disse Luís Bassetto, presidente da Associação de Produtores Rurais do Rio Claro.
“Não sei se vocês conseguem enxergar a dimensão que é você vender um produto, uma matéria prima, sem nenhum tipo de beneficiamento e passar a vender um produto já industrializado. Essa transformação é feita no próprio meio rural, é levar mais dignidade ao público rural”, completou.
Os 134 projetos aprovados pela sexta etapa do projeto de desenvolvimento rural sustentável, o Microbacias II, vieram de 90 associações e 44 cooperativas do estado. O projeto executado pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), conta com a parceria financeira do Banco Mundial.
“São US$ 130 milhões no programa como um todo, uma parte da secretaria de meio ambiente e o resto da secretaria da Agricultura e operação através da CATI. Disso, 40% é dinheiro do governo do estado, mas para o produtor o que interessa é ter esse dinheiro pra tocar. São diversos componentes, não é apenas entregar esse subsídio pra ele executar o seu negócio. Tem o treinamento, a capacitação, que envolve os recursos do programa como um todo”, disse José Rossetti, coordenador do Cati.
Com as assinaturas dos termos de compromisso, as cooperativas e associações devem começar já nos próximos meses a execução das propostas que envolvam a compra de veículos, novas sedes e principalmente equipamentos para mecanização e beneficiamento de diferentes cadeias produtivas do estado.
“Eles têm a obrigação de comprar pelo menor preço, sempre com pelo menos três orçamentos válidos que vão buscar junto ao mercado, mas toda essa execução é feita pela própria organização. Nós acompanhamos, monitoramos e, à medida que eles vão adquirindo, eles nos apresentam o bem, a obra ou o serviço que foi contratado”, falou o gerente técnico Microbacias II, João Brunelli Júnior.
Finalizada a última etapa do Microbacias II, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo sinalizou o início das negociações para mais uma edição do projeto. Ao que tudo indica, o Microbacias III vai incentivar a qualificação individual dos produtores rurais e a iniciativa – que ainda não tem data para ser lançada – deve contar mais uma vez com a parceria financeira do Banco Mundial.
“Num processo que está se iniciando agora, nós terminando o micro bacias II, a intenção é que depois da preservação ambiental, depois da questão da execução, nós possamos entrar com muita ênfase na formação de recursos humanos. É uma visão que em São Paulo tem do pequeno agricultor e da Agricultura familiar”, finalizou o Secretário Estadual de Agricultura e Abastecimento, Arnando Jardim.