Os economistas pioraram suas perspectivas para a inflação em 2015 na pesquisa Focus do Banco Central desta segunda, dia 30. Houve alta de 0,05 ponto percentual na estimativa, alcançando 10,38%. Para 2016, eles mantiveram a perspectiva de que a inflação terminará o ano a 6,64%. Em ambos os casos, a inflação estouraria o teto da meta.
Com a maior pressão inflacionária, o cenário para a taxa básica de juros já aponta que ela não irá mais cair ao longo do próximo ano. A perspectiva para a taxa básica de juros no final de 2016 passou a 14,13% na mediana das projeções, contra 13,75% antes, em um forte indício de que não é mais esperado afrouxamento da política monetária. Segundo o levantamento, a estimativa para a alta do IPCA em 2017 subiu 0,02 ponto percentual, a 5,12%.
Para 2015 e 2016, a meta do governo é de 4,5% pelo IPCA, com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Para 2017 a meta também é de 4,5%, mas com tolerância de 1,5 ponto percentual.
Na semana passada, o BC manteve a Selic em 14,25% ao ano pela terceira vez seguida, mas a decisão foi dividida, com dois membros defendendo a elevação, sinal de que um futuro aumento pode vir já no início de 2016.
Os agentes econômicos aguardam agora a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para calibrar suas apostas.
Já em relação à atividade, a estimativa de contração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 chegou a 3,19%, sobre recuo de 3,15% na semana anterior. Para 2016, os especialistas consultados esperam agora retração de 2,04%, contra queda projetada antes de 2,01%.