O PSD e a bancada ruralista trabalham para indicar o nome do presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Diniz Junqueira, à vice-presidência de Agronegócios e Micro e Pequena Empresas do Banco do Brasil. O cargo foi um dos negociados entre o partido liderado pelo ministro da Ciência e Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, e o presidente interino, Michel Temer (PMDB), em troca do apoio do PSD ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Marcos Montes (PSD-MG), confirmou a indicação de Junqueira à vice-presidência do BB com aval da bancada ruralista e do PSD, mas afirmou que só vai ratificá-la quando o posto estiver vago. Desde 2011, no primeiro ano do governo Dilma, o cargo é ocupado por Osmar Dias, do PDT, partido que apoia a presidente afastada.
“O cargo foi oferecido ao PSD e saiu da questão partidária, com o apoio da FPA e de entidades do setor”, disse. “Nós trabalhamos o nome dele (Junqueira), porque achamos que haveria uma vacância no cargo. Mas não está vago, respeitamos o Osmar, um bom nome, e cabe ao presidente da República decidir (se irá tirá-lo)”, disse Montes.
Junqueira foi a primeira liderança de entidades ruralistas a pedir publicamente o impeachment de Dilma, mesmo sem o apoio da SRB, presidida por ele. O executivo tem experiência em instituições financeiras como vice-presidente dos bancos Pine e Arsenal, o que facilitaria a indicação pela chamada Lei de Responsabilidade das Estatais, sancionada por Temer, que limita indicações políticas para os cargos de empresas públicas.
Junqueira não foi a primeira escolha para o cargo. Com o apoio do PSD e dos ruralistas, logo no início do governo interino de Temer, o ex-presidente da SRB João Sampaio foi convidado para a vice-presidência do BB, com o aval de Kassab e ainda do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Sampaio recusou o convite e Junqueira foi o escolhido para a indicação.