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Diversos

Pulverização pode ter acabado com nuvem de gafanhotos na Argentina

Técnicos do Senasa vão verificar a efetividade das aplicações contra o grupo de insetos que estava em Entre Ríos. Outras duas nuvens são monitoradas

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Operação deste sábado, 25, contra a nuvem de gafanhotos envolveu pulverização aérea e terrestre. Foto: Senasa Argentina

Técnicos do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) devem confirmar neste domingo, 26, se foi extinta a nuvem de gafanhotos que desde junho circulava em áreas de fronteira do país com o Brasil e o Uruguai.

Acompanhados de produtores rurais de Federación, na província de Entre Rios, eles devem percorrer as áreas onde no sábado, 25, ocorreram pulverizações com tratores e com avião. O trabalho coordenado foi em nove propriedades rurais, cobrindo 380 hectares e abrangendo pomares de cítricos e floresta comercial de eucalipto. O município fica na divisa com o território uruguaio e a cerca de 100 quilômetros da cidade gaúcha de Barra do Quaraí.

Da espécie sul-americano (Schistocerca cancellata), os gafanhotos vieram do Paraguai e desde junho percorriam áreas de fronteira entre os três países. A nuvem chegou a Federación na terça, 21. Na quarta, 22, uma operação aérea contra os insetos chegou a ser abortada na última hora, devido ao nevoeiro.

Gafanhoto da espécie Schistocerca cancellata. Foto: Senasa Argentina

Já na quinta, 23, depois da pulverização aérea ter sido novamente cancelada na última hora, produtores do município entraram em ação com seus equipamentos – pulverizadores tipo turbina, acoplados em tratores. O trabalho foi coordenado com o Senasa (que também fornece o produto a ser aplicado) e representantes do Departamento de Defesa Vegetal da província. Embora as autoridades não tenham divulgado o percentual da nuvem eliminada na primeira ação, ela havia sido considerada “muito boa”.

Já a operação deste sábado começou às 9h, com sete produtores usando seus pulverizadores terrestres em 290 hectares. Entre as 13h30 e as 14h45, um avião agrícola se encarregou dos gafanhotos espalhados pelos 90 hectares restantes. A movimentação foi principalmente na altura dos quilômetros 296 a 298 da Ruta 14.

Foto: Senasa Argentina

Mais duas nuvens

Os gafanhotos combatidos neste sábado em Entre Ríos haviam entrado na Argentina em maio, vindos do Paraguai. A nuvem chegou a ter 15 quilômetros quadrados em voo, segundo o Senasa. Cerca de um terço dela havia sido eliminada em ações anteriores – principalmente duas pulverizações aéreas ocorridas em Corrientes, em 26 de junho e 2 de julho.

Havia mais de 70 anos que uma nuvem tão grande de insetos não se aproximava da fronteira argentina com Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Inclusive o surto ocorrido em 1947 determinou o surgimento da aviação agrícola brasileira, que teve seu primeiro voo em 19 de agosto daquele ano, contra gafanhotos no município gaúcho de Pelotas.

O Senasa também segue monitorando outra nuvem, ainda maior – com 20 quilômetros quadrados, localizada na segunda-feira, 20, 700 quilômetros a noroeste. A segunda leva de insetos também teria entrado a partir do Paraguai, na província argentina de Formosa. Na terça, os gafanhotos chegaram à província do Chaco, onde seguem sendo rastreados pelo langosteros – apelido dos técnicos do Senasa, a partir da palavra espanhola para gafanhotos.

E há ainda uma terceira nuvem no Paraguai, que teria aparecido dia 16 de julho no radar do Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal e de Sementes paraguaio (Senave). A última localização dos insetos anunciada pelo Senave foi na terça, na localidade de Picada 500, a cerca de 200 quilômetros da fronteira argentina.

Governo gaúcho publicou plano de supressão contra a praga

A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) publicou na sexta-feira, o Plano de Emergência para Supressão e Controle de Gafanhotos no estado. Definido pela Instrução Normativa 17 de 2020, o plano abrange ações emergenciais contra o gafanhoto sul-americano, cria o Comitê de emergência Fitossanitária do estado e estabelece regras para as operações aéreas e terrestres contra a praga, entre outras ações.

O governo gaúcho também teve confirmado durante a semana a liberação de R$ 600 mil do Ministério da Agricultura. Recurso para custear as ações contra gafanhotos, caso alguma nuvem ainda entre no estado. Dinheiro que servirá, por exemplo, para fornecer os produtos a serem utilizados em eventuais pulverizações – o que nesse tipo de operação é responsabilidade do estado.

Desde o fim de junho, a Seapdr realizou dois cursos para treinar seus fiscais agropecuários e técnicos da Emater para o monitoramento das nuvens e atuação nas operações. Além disso, a secretaria mapeou estoque dos produtos autorizados para as operações, em fornecedores de todo o estado. Além disso, o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) mapeou para o estado a localização de 70 aeronaves de prontidão nas regiões de fronteira do Rio Grande do Sul – entre uma frota de mais de 400 aeronaves colocadas à disposição do governo local.

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