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Tempo

Queimadas aumentam 266% em parte do Rio Grande do Sul

Na região do Pantanal, os focos de incêndio cresceram 186%. Ambos os biomas sofrem com a estiagem; veja se regiões receberão chuvas nos próximos dias

Por conta da irregularidade das chuvas, o número de queimadas disparou em relação ao ano passado. Na região do Pampa gaúcho, que envolve principalmente a metade sul do Rio Grande do Sul e áreas que fazem fronteira com o Uruguai, a quantidade de focos de incêndio aumentou 266% em comparação com 2019. Na região do Pantanal, principalmente a que pega parte de Mato Grosso do Sul, o salto foi de 186%.

Ambos os biomas foram extremamente afetados e apresentam índices de água disponível no solo de 30% ou menos, sendo que o índice mínimo tolerável de disponibilidade hídrica deve ser de 60%.

Com o avanço da frente fria, algumas áreas afetadas pelas queimadas já registraram altos volumes de chuva. Nas últimas 24 horas, a cidade de São Vicente do Sul (RS) registrou 80 milímetros de chuva, o que além de amenizar a situação das queimadas também traz um alívio para quem precisa de umidade para a instalação das lavouras de inverno.

Em Amambaí, na metade sul de Mato Grosso do Sul, o acumulado das últimas horas chega a 50 milímetros, o que ajuda no desenvolvimento do milho segunda safra e também no plantio da cana-de-açúcar.

A previsão para os próximos cinco dias ainda estima volumes de 30 a 50 milímetros em parte do Centro-Sul do Brasil. Mato Grosso do Sul é dos locais mais beneficiados com a previsão de chuva desta semana e as próximas 48 horas, entre esta quarta, 13 e quinta, 14, mostram volumes de até 100 milímetros em Vicentina, por exemplo. “Esta chuva serve para estancar as perdas já registradas no milho, mas é claro que a frente fria não consegue reverter de uma hora para outra toda a estiagem acumulada nos últimos meses em algumas áreas, problema que se reflete não só na produção, mas até no escoamento da safra”, diz Celso Oliveira, meteorologista da Somar.

O rio Paraná, por exemplo, mesmo com o aumento da vazão de Itaipú por conta dos últimos episódios de chuva, continua com o nível mais baixo. O porto de Rosário vive a pior seca dos últimos 50 anos. Os navios que normalmente saem carregados com 50 mil toneladas de produção, tiveram que diminuir 11 mil toneladas de peso para conseguir navegar pelo rio. “Atualmente estão fazendo trabalhos de dragagem para aumentar a profundidade do rio na altura do porto de Rosário para ver se os navios conseguem sair com a capacidade máxima”, explica Celso Oliveira. Portanto, o retorno da chuva é sem dúvida alguma benéfico, maio se mostra mais úmido que abril em diversas áreas do Sul, mas é necessária cautela já que nem todos os problemas se resolvem de uma hora para outra.

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