O aumento dos preços internacionais das commodities e a demanda da China devem fazer de 2018 um ano positivo para o agronegócio do Paraná. O setor, um dos poucos que cresceu na crise econômica, está se preparando para avançar, mesmo com uma produção menor de grãos. A estimativa da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) é de que o faturamento volte a crescer acima de 10%, com a melhora nas cotações compensando o recuo na produção.
De acordo com o secretário de estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, existe a expectativa de crescimento da receita devido ao aumento do poder de compra dos consumidores.
“Um ambiente econômico um pouco mais favorável – com a renda dos brasileiros começando a melhorar, o nível de emprego retomando também e o Paraná mantendo o saldo positivo de contratações em todos os meses – contribui para aquecer e qualificar um pouco mais o consumo. Isso tende a se refletir, pela menor produção e nível de consumo, em preços”, explica Ortigara.
A projeção do Departamento de Economia Rural (Deral) é de que a safra total 2017/2018 fique em 35,5 milhões de toneladas, 10% abaixo da anterior. Segundo o diretor-geral da entidade, Francisco Carlos Simioni, apesar de o número menor, as compras no agronegócio devem aumentar, devido a expectativa de um cenário econômico mais positivo.
“Com a perspectiva de crescimento mais positiva, uma economia um pouco mais estabilizada em 2018, há a expectativa de entrada de novas pessoas no mercado de trabalho, reduzindo o nível de desemprego e aumentando o consumo. Isso demandará mais alimentos, com mais qualidade e valor agregado”, diz Simioni.
Segundo o secretário estadual, o estado dará continuidade aos programas para desenvolvimento do setor, com foco em sanidade, manejo de solos, microbacias, fomento à agricultura familiar e atenção especial a regiões mais vulneráveis, como as atendidas pelo programa Pró-Rural. O programa vem levando desenvolvimento e renda para produtores da região central do Paraná. Atualmente são 132 municípios beneficiados.
As cooperativas programam investimentos de mais de R$ 2 bilhões para este ano, em novas plantas industriais, principalmente de abate de processamento de frango e suínos.
Maior produtor e exportador de frango do país, o Paraná é responsável por mais de 36% das exportações nacional. A produção e a exportação de aves do estado deve crescer entre 4% e 6% em 2018, estima o Sindicato da Indústria Avícola do Paraná (Sindiavipar).