Cerca de 500 garimpeiros invadiram a fazenda Lagoa da Serra, em Castanheira (MT), no dia 29 de março, e permanecem por lá desde então. Revoltado, o dono da propriedade entrou na Justiça com pedido de reintegração de posse. A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) se colocou ao lado do pecuarista, e cobra mais rigor no cumprimento da legislação fundiária e ambiental do estado.
Os garimpeiros estão de olho em um suposto ouro existente na propriedade de 7.000 hectares. O produtor rural Alex Sansão afirma que o imóvel é todo documentado e se diz frustrado com a demora para que a área seja desocupada.
“É uma fazenda totalmente legalizada, com sua reserva legal consolidada, com área de preservação permanente intacta, georreferenciada, e temos que provar que aquela área é nossa, para pedir a reintegração de posse. E eles não têm que provar porque eles estão lá”, diz.
Segundo o produtor, os invasores já estão degradando a área. “Isso acaba ficando só nas costas do produtor, um ônus que vem sem a gente ter procurado isso. Um desgaste muito grande, um desgaste financeiro, emocional”, lamenta Alex Sansão.
A Acrimat classifica a ação dos garimpeiros como criminosa e cobra do Estado mais rigor no cumprimento das leis. “O subsolo a gente sabe que pertence à União, mas a superfície é do produtor, ele é o dono dessa terra. A lei tem que servir para todos, porque se não existe a lei, se não tem o controle disso, daqui a pouco nós perdemos todas as regras da cidade, então a harmonia, principalmente todo o respeito à propriedade”, diz Oswaldo Ribeiro Junior, presidente da associação.
Ribeiro Junior destaca, também, que a situação traz insegurança à população local. “E área invadida também, com certeza, se desvaloriza. Já está em foco se for para o garimpo e pode sofrer novas invasões”, alerta.
Ele também diz que depois é o produtor quem vai ter que pagar a conta, para recuperar a área. “Os custos ambientais, reflorestamento, tapa buraco, recuperação de nascente vai ficar tudo para ele. A gente entende que as pessoas precisam trabalhar, sobreviver, mas invadir… A gente é legalista, e tem que seguir a lei”, finaliza.