O governo federal anunciou a alíquota zero para importação de arroz até 31 de dezembro, com o objetivo de frear a alta dos preços no mercado interno. No entanto, os orizicultores podem ser os mais prejudicados com a medida, de acordo com Fernando Rechsteiner, presidente do Sindicato Rural de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e membro da comissão de arroz da Farsul.
“A grande preocupação com a retirada da tarifa é de que se crie um estoque artificial do produto, causando impacto para os produtores na entrada da próxima safra. Os estoques elevados vão prejudicar especialmente os pequenos produtores, que já estão descapitalizados e vão precisar negociar sua produção no início da nova safra”, avalia.
Rechsteiner que também é produtor de arroz considera que as importações nesse momento são desnecessárias, uma vez que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), garantiu, segundo ele, que existe um estoque de 500 mil toneladas de arroz para a próxima safra. “Com esses números não existe risco de desabastecimento”, afirma.
Indústria fez o alerta
Na segunda quinzena de agosto, a Associação Brasileira da Indústria de Arroz (Abiarroz) enviou um pedido para a câmara setorial nacional de arroz, do Ministério da Agricultura, para que fosse analisada a questão de uma possível escassez do produto. Ainda no fim do mês passado, Tereza Cristina, a ministra da Agricultura disse que a pasta não considerava fazer qualquer alteração na tarifa de importação. Ainda durante encontro na câmara setorial, a maioria das entidades presentes se mostrou favorável pela manutenção das tarifas.
Segundo a reportagem do Canal Rural, a vigência de alíquota zero para importação arroz ficou para 31 de dezembro deste ano, pois a partir do início de 2021, a safra em Santa Catarina começará a ser colhida, com a expectativa de que o abastecimento interno consiga se equilibrar.