Um projeto de lei quer estimular a produção de etanol no Rio Grande do Sul. Mas a matéria-prima para isso não seria a conhecida cana-de-açúcar, mas sim cereais e tubérculos como arroz, trigo e batata.
O projeto Proetanol/RS foi apresentado aos deputados na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O objetivo é usar matérias-primas como cereais e tubérculos para a produção do etanol no estado. A iniciativa é do principal órgão de extensão rural do Rio Grande do Sul, a Emater/RS, e sugere incentivo às usinas que investirem na ideia.
“O estado não tem nada a perder, pois hoje não ganha nada, não arrecada nada, já que não existe indústrias de etanol de amido. Portanto havendo desconto de ICMS, por exemplo, apenas deixará de arrecadar 100% do imposto, mas pelo menos irá arrecadar alguma coisa comparado com esta área”, diz o coordenador do Proetanol/RS e engenheiro agrônomo da Emater, Valdir Zonin.
Para os criadores do projeto, o estado tem grande potencial para produzir etanol desta maneira. O estado tem áreas suficientes que podem ser cultivadas com cereais e tubérculos. Pequenos produtores poderiam se interessar nestas culturas para agregar renda. Além disso, três empresas já têm projetos para produzir etanol a partir dessas matérias primas.
“É mais uma alternativa, por exemplo, para um intervalo entre uma cultura e outra. O produtor terá mais uma alternativa de produção e de transformação através das indústrias em uma matéria-prima vegetal em combustível”, afirma o deputado estadual (PSB) Elton Weber.
O professor da Universidade Federal de Santa Maria Filipe Donato, que participou da audiência pública para debater o assunto, explica que a instituição de ensino tem uma usina piloto capaz de desenvolver pesquisas nessa área.
“Temos uma área agrícola destinada ao setor canavieiro onde fazemos experimentos. Também trabalhamos com matérias-primas como a batata doce, a mandioca, a triticale, e o sorgo sacarino”, conta Donato.
Segundo o deputado Weber, o estado tem pressa em definir isso e aprovar o projeto. “Nós esperamos que no máximo em seis meses tenhamos aprovado uma legislação no estado sobre o bioetanol no Rio Grande do Sul”, finaliza.