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Diversos

Rio Grande do Sul terá coordenadoria da Polícia Civil dedicada a crimes rurais

A medida atende a pedido dos criadores de animais do estado; só os casos de furto de animais somam aproximadamente 6 mil por ano

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Foto: Pixabay

O Rio Grande do Sul terá uma coordenadoria dedicada a gerir e ampliar a eficiência do combate e das investigações de crimes no campo. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 29, na 42ª Expointer, em Esteio (RS).

A chefe da Polícia Civil do estado, delegada Nadine Anflor, apresentou o projeto que, segundo ela, trará mais agilidade nas investigações, especialmente do abigeato [furto de animais]. “Essa coordenadoria atuará como força-tarefa integrada com as patrulhas de Brigada Militar para apurar, identificar a autoria dos crimes e combater as organizações criminosas”, frisou.

O projeto contará com a coordenação do delegado André de Matos Mendes, da Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais (Decrab) de Bagé. Ele explica que o objetivo é replicar o formato de trabalho adotado em sua unidade para as demais e evitar a ação do crime organizado por meio de mão de obra especializada. Com isso, as Decrabs passarão a trabalhar de forma integrada e com atuação em diversas regiões, e não apenas em âmbito regional.

Atualmente, há três delegacias especializadas em crimes rurais em ação: Bagé, Santiago e Cruz Alta. Em 16 de setembro, será inaugurada a quarta em Camaquã. Até o fim do próximo mês, também deve ser aberto um cartório para registro especializado em abigeato em Montenegro, região onde vêm sendo registrados casos frequentes. Toda a estrutura ficará subordinada à nova coordenadoria.

O serviço integrado atende a pedido dos criadores de animais, representados pela Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Federação da Agricultura do RS (Farsul) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag), que apoiam o projeto e compilam registros constantes de animais carneados ou roubados, alguns deles até premiados na Expointer.

“Esse momento é simbólico, pois demonstra alinhamento das entidades, o alinhamento das forças de segurança [Brigada Militar e Policia Civil] e a integração do setor público e privado”, salientou o presidente da Febrac, Leonardo Lamachia.

O abigeato é um crime frequente no Rio Grande do Sul, são aproximadamente 6 mil por ano. Estimativas indicam que apenas 19 municípios concentram 50% dos casos registrados no estado.

O ápice do problema foi registrado em 2016, quando mais de 9 mil casos foram reportados. Na época, foi criada força-tarefa para conter a ação das quadrilhas que atuavam em roubo de gado e de bens. Desde então, o número de ocorrência vem caindo cerca de 30% ao ano. Mais de 40 quadrilhas foram desarticuladas nesse período. Em 2019, a expectativa é que a repressão ao crime no campo tenha redução acima desse percentual, estimou Mendes

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