O senador Blairo Maggi (PP/MT) é o novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Gaúcho, natural de Torres, no litoral do Rio Grande do Sul, nasceu em 26 de maio de 1956. É engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal do Paraná. Bem-sucedido nos negócios, tem uma trajetória política relativamente curta. Porém, já acumula dois mandatos como governador de Mato Grosso (2003-2007 / 2007-2010) e ocupa vaga no Senado pela primeira vez (2011-2019).
Ex-aliado de Lula e Dilma, Maggi foi cotado em outros momentos para o Ministério da Agricultura, mas não aceitou. Agora, precisou trocar de partido de última hora para assumir o cargo. Ele se filiou nessa quarta, dia 11, ao Partido Progressista (PP), contemplado pelo presidente interino Michel Temer com a pasta. Antes, o senador era filiado ao PR (Partido da República).
Maggi tem uma história de sucesso na agricultura: é um dos maiores produtores de soja do mundo. É um dos herdeiros do Grupo Amaggi, fundado pelo pai, André Antônio Maggi, falecido em 2001. Comanda uma das maiores companhias da América Latina no ramo do agronegócio, formada por quatro grandes setores: commodities, agro, navegação e energia. A área plantada de soja pelo grupo é de aproximadamente 140 mil hectares (dados da safra 2012/2013). A empresa também planta 74 mil hectares de milho e mais de 10 mil de algodão.
O prestígio no agronegócio fez Blairo Maggi ser considerado uma das pessoas mais influentes do mundo pela revista ‘Forbes’. A ele também foi apelidade o título de “Rei da Soja”. Por outro lado, a ONG Greenpeace concedeu à Maggi o prêmio “Motosserra de Ouro” como crítica ao desmatamento da Amazônia e o avanço da agricultura na região. Blairo conseguiu melhorar sua imagem ao adotar uma série de medidas para conter o desmatamento em Mato Grosso, entre elas a moratória da soja e da carne.
Quanto às críticas de entidades ambientalistas, Maggi se defende ao mostrar os compromissos de sustentabilidade e iniciativas socioambientais do grupo Amaggi, além de dizer que à frente do Governo de Mato Grosso conseguiu reduzir os índices de desmatamento no estado.
Recentemente, Maggi foi relator no Senado da Proposta de Emenda à Constituição PEC 65/2012, que pode pôr fim à necessidade de licenciamento ambiental para obras no país. A matéria estabelece que a partir da simples apresentação de um Estudo de Impacto Ambiental pelo empreendedor, nenhuma obra pode ser suspensa ou cancelada. No Senado, Blairo já presidiu a Comissão de Meio Ambiente e foi um dos defensores da aprovação do Código Florestal, em 2012.
À Justiça Eleitoral em 2010, quando concorreu à vaga no Senado, Blairo Maggi declarou patrimônio de mais de R$ 143 milhões.