A decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia (UE) é um fator de risco para a economia brasileira, a despeito do tumultuado ambiente político interno, segundo o gerente sênior de Relacionamento do Rabobank, Manoel Pereira de Queiroz. “Desde a semana passada, o principal fator de risco é externo e não mais interno”, disse, durante evento na capital paulista, em referência à vitória do “Brexit” – termo criado a partir das palavras “british” (britânica) e “exit” (saída) – no plebiscito da última quinta-feira, dia 23.
Desde a votação, os mercados em geral ficaram estressados, os bancos europeus registraram perdas bilionárias e a libra atingiu o menor patamar ante o dólar em 31 anos. Para o Rabobank, o Produto Interno Bruto (PIB) global pode ser de 0,5% a 1% menor que o esperado para este ano justamente em virtude da decisão britânica.
Ainda segundo as projeções da instituição, o PIB do Brasil deve cair 3,3% neste ano e voltar a crescer modestamente no próximo, com alta de 0,4%. Já a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve ficar acima do teto da meta em 2016, atingindo 7%. Em 2017, deve totalizar 5,2%, voltando à banda estipulada pelo Banco Central (BC), mas ainda assim acima do centro da meta, de 4,5%. Quanto à taxa básica de juros (Selic), o Rabobank prevê que deve fechar o ano em 13,25% a.a. e recuar para 11,25% no fim de 2017. Já o câmbio, também para o fim de 2016, deve ficar em R$ 3,75 por US$ 1.