O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) reiterou nesta quinta-feira, dia 28, a posição de que não foi consultado no processo de reforma administrativa e gerencial no setor de sanidade do Ministério da Agricultura. O presidente da entidade, Maurício Porto, criticou as declarações dadas na quarta-feira, dia 27, pelo secretário de Defesa Agropecuária, Luiz Rangel, de que o Anffa Sindical mentia e fazia ilações duras ao negar ter sido consultada na proposta de mudanças na gestão, feita por uma consultoria.
“Tivemos várias conversas com representantes do ministério, mas todas absolutamente superficiais, e nunca fomos consultados sobre qualquer ponto específico. Ainda assim, fizemos sugestões que nunca foram consideradas”, informou Porto. O sindicato sustenta ter apresentado, em 2014, uma proposta de mudanças no ministério, discutida com toda a categoria, mas “todo esse trabalho não foi levado em consideração, agora, nessa minuta que recebemos”, critica o presidente da entidade.
Segundo Porto, a proposta de reformulação na Secretaria de Defesa Sanitária chegou ao Anffa Sindical “por terceiros” e só após críticas feitas pelo sindicato foi convocada uma reunião entre ministério e servidores. “Durante a reunião, o secretário admitiu ter havido falhas no processo e se comprometeu com mais transparência.”
A entidade também rebateu as críticas de Rangel de que auditores fiscais são individualistas e não têm compromissos, o que prejudica a realocação de funcionários entre unidades da Federação. De acordo com Porto, o sindicato não tem autoridade sobre a política de recursos humanos e as eventuais dificuldades são fruto da má gestão do ministério. “O sindicato tem sido, aliás, proativo. Propusemos e viabilizamos a formação de forças-tarefa de auditores para atender às necessidades da inspeção de produtos de origem animal”, relatou.
Sobre a declaração de Rangel de que a categoria não tem espírito coletivo, o vice-presidente do Anffa Sindical, Marcos Lessa, ironizou o próprio secretário. “De fato há os que não têm mesmo espírito coletivo. Especialmente aqueles quadros que assumem cargos de livre provimento e passam a defender pautas contrárias aos interesses da sociedade”, afirmou, se referindo ao secretário. O Anffa Sindical reafirmou também que deve deliberar em assembleia paralisações por tempo determinado em protesto conta a falta de transparência e por participação nas mudanças realizadas pelo ministério.