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Tabelamento do frete causa prejuízo de R$ 600 milhões em Goiás

Estimativa se refere apenas aos grãos e foi levantado pela Aprosoja; entrega de insumos está atrasada

O tabelamento do frete em Goiás já causa um prejuízo de R$ 600 milhões só na cadeia de grãos. Os produtores de hortaliças, como a batata, dizem ter sido ainda mais impactados, pois, pela alta perecibilidade, esses produtos não podem ser armazenados por muito tempo.

 

Essa é uma das maiores preocupações do Centro de Beneficiamento de Cristalina, no entorno de Brasília. A tendência é que os estoques de batatas comecem a se acumular nos próximos dias porque os compradores querem evitar pagar fretes mais caros.

 

João Gruber, gerente da unidade, conta que desde o tabelamento do transporte os preços subiram, e não foi pouco. “Antigamente, o ICMS era cobrado em cima de uma tabela da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás. A partir da entrada da tabela da ANTT, é calculado um valor por quilômetro, às vezes pelo número de eixos do caminhão, pela distância. E é em cima desse valor o ICMS é cobrado.”

Para Gruber, quem não trabalha com commodities com preço definido na Bolsa de Chicago sofre ainda mais com o preço do frete. Segundo ele, por possuir um preço de commodity internacional, os cereais são mais controláveis. Mas a situação é diferente com o preço das batatas, que pertencem a um mercado interno. “Fica difícil você manter o ritmo de produção, a área de produção, porque você não consegue remunerar o mínimo possível. A gente tá trabalhando no vermelho por conta desses aumentos de custos.”

 

Outro setor que está sofrendo com o tabelamento é o de grãos. De acordo com a Aprosoja, o prejuízo é de R$ 600 milhões desde que a medida entrou em vigor, no fim de maio. Para Aléscio Maróstica, presidente do Sindicato Rural de Cristalina, outros produtos essenciais para o produtor, como os fertilizantes, também tiveram os preços afetados pelas novas medidas.

 

“Quando sobe o frete, você não consegue compensar o gasto no preço da soja. Então é preciso diminuir o valor do produto. Além disso, nós ficamos muito tempo sem puxar fertilizante do porto, porque levava soja e trazia fertilizante. Tudo isso encareceu o fertilizante e barateou o preço da soja. E isso vai impactar no bolso do produtor.”

 

De acordo com a Andav (Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas), a incerteza em relação aos preços do frete também está atrasando a entrega dos fertilizantes e defensivos. Na região de Cristalina apenas 50% dos produtores compraram os insumos da próxima safra, e só a metade deles foi entregue. “Eu acho que vai ficar apertada a logística para atender a tempo, até a hora que chegar o plantio”, diz Márcio Braga de Resende, diretor regional da Andav.

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