Tempo

Primeira tempestade subtropical em 10 anos provoca chuva e granizo

De acordo com a Somar Meteorologia, o fenômeno ainda deve provocar precipitação volumosa em algumas áreas nas próximas 24 horas

Um sistema em atuação na costa do Sul e Sudeste, que começou como um ciclone subtropical e agora é uma tempestade subtropical, batizada de “Potira” pela Marinha, provocou muita agitação no mar e até mesmo queda de granizo em quatro municípios do noroeste do Espírito Santo. As pedras de gelo foram registradas em Castelo, Muniz Freire, Venda Nova do Imigrante e Nova Venécia.

Somente a Marinha pode batizar os sistemas meteorológicos especiais que alcançam força o suficiente para virar uma depressão ou tempestade subtropical. Isso acontece quando o vento produzido pelo sistema chega a 61 km/h. Potira é o primeiro sistema deste tipo a se organizar na costa brasileira desde 2011.

De acordo com a Somar Meteorologia, o risco para granizo diminui nas próximas 24 horas, mas o sistema ainda vai provocar chuva forte principalmente em áreas do sul e nordeste da Bahia. “Esta chuva beneficia áreas de pastagens, feijão e cacau. Já no oeste baiano, o excesso de umidade pode prejudicar o algodão”, alerta o meteorologista da Somar Celso Oliveira.

No Sudeste, a quarta-feira, 21, será de tempo instável e com pancadas de chuva entre períodos de melhoria mais prolongados no Espírito Santo, Rio de Janeiro, norte e leste de Minas Gerais e na área entre o Vale do Paraíba e do Ribeira. Somente no leste de São Paulo o tempo fica fechado e chuvoso. Em boa parte de Minas Gerais e do interior de São Paulo, o sol predomina entre poucas nuvens e a tarde fica abafada.

Por fim, segue a condição de ventos fortes e mar agitado entre a região dos Lagos no Rio de Janeiro e o Espírito Santo, com rajadas entre 60 e 80 km/h. O mar continua agitado, ainda com risco para ressaca.

Quais as diferenças entre ciclone extratropical, subtropical e tropical?

Existem ciclones tropicais, ciclones subtropicais e ciclones extratropicais. Segundo a Climatempo, todos eles são sistemas de baixa pressão atmosférica, em que o ar se movimenta no sentido horário, no Hemisfério Sul, e no sentido anti-horário, no Hemisfério Norte. Ciclones são associados com grandes áreas de nuvens carregadas que provocam chuva intensa. A diferença de pressão atmosférica entre o centro do sistema e a porção mais externa aumenta a velocidade do vento.

Segundo a empresa, a principal diferença prática, para previsão do tempo, entre estes dois tipos, é que o ciclone extratropical possui regiões de frente fria e frente quente, causando padrões de tempo distintos nessas duas regiões. Os ciclones subtropical e tropical não têm frente fria associada.

Catarina foi um ciclone tropical e o primeiro furacão que se formou no Atlântico Sul e atuou entre 24 e 28 de março de 2004. Anita foi um ciclone subtropical que se originou perto do litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina entre 8 e 12 de março de 2010. Arani foi um um ciclone subtropical que se formou entre o litoral o Rio De Janeiro e do Espírito Santo entre 10 e 16 de março de 2011.

Em 2015, houve a formação de dois ciclones subtropicais na costa das Regiões Sul e Sudeste. O ciclone subtropical Bapo se originou na costa de São Paulo e atuou entre 5 e 8 de fevereiro de 2015. Cari foi um ciclone subtropical que se originou na costa de Santa Catarina em 10 de março de 2015.

Uma das diferenças mais importantes entre os ciclones tropicais, subtropicais e extratropicais é a temperatura no seu centro. Próximo da superfície, o centro dos ciclones extratropicais é mais frio do que atmosfera ao redor, enquanto que o centro dos ciclones subtropicais é mais quente do que a atmosfera ao redor. Isso deixa a atmosfera mais instável e aumenta as condições para ocorrência de tempestades severas.