Agricultura

Tereza Cristina incentiva bancos privados a financiarem a produção sustentável

Em live com representantes do Itaú BBA, a ministra também disse que espera que essas instituições aumentem sua participação no crédito rural

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Tereza Cristina também falou sobre a importância de avançar com a regularização fundiária. Foto: Ministério da Agricultura

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, participou nesta quarta-feira, 19, de uma live com representantes do Banco Itaú BBA. Para ela, o papel dos bancos privados é fundamental para incentivar a produção sustentável no país. “Temos que dar algum bônus. Quem está produzindo dentro das leis ambientais teria que ter financiamento de quase zero de juro”, disse, colocando a pasta à disposição para criar um programa nesse sentido.

Para a ministra, é preciso dar respaldo para que os produtores que estão na Amazônia tenham alguma vantagem para poder produzir de maneira sustentável. “À medida que se eles crescerem nesses sistemas sustentáveis, tem que ter uma premiação”, afirmou.

Tereza Cristina também disse que o governo destinou recursos do Plano Safra para incentivar a sustentabilidade no setor. “No Plano Safra deste ano mostramos muito claramente onde queremos chegar com a sustentabilidade. Tudo o que pudemos direcionar para aquele que inova e trabalha com programas de sustentabilidade dentro das suas propriedades procuramos colocar mais recursos”.

Segundo a ministra, um dos grandes desafios da pasta é levar a modernidade e as tecnologias para todos os agricultores do país. “A gente fala muito do agro de sucesso, mas ainda temos uma faixa pequena de produtores que faz essa agricultura moderna. O grande desafio deste ministério é fazer com que o médio pequeno produtor, o pequeno produtor, o agricultor familiar, o assentado possam subir esses degraus de tecnologia através da assistência técnica”, destacou.

Financiamento privado para o agronegócio

A ministra também disse que espera que os bancos privados aumentem sua participação no financiamento agrícola. Segundo ela, a ideia é que o financiamento público seja priorizado para os pequenos e médios agricultores.

“No passado, era muito mais importante o crédito oficial porque os juros eram altíssimos e a agricultura ficava em uma situação muito ruim frente aos concorrentes lá fora. Hoje, o que precisamos é colocar o crédito oficial nos pequenos e médios que precisam da mão do governo ainda. Não para dar o peixe, mas para ensinar a pescar, e para isso a assistência técnica é fundamental”, disse Tereza Cristina, lembrando que a a Lei 13.986, que aprimora o crédito rural no país, é importante para facilitar o acesso dos produtores ao crédito privado.

O diretor de Agronegócios do Itaú BBA, Pedro Fernandes, disse que aumentar a presença no financiamento agrícola já é um objetivo declarado da instituição. Segundo ele, no ano passado a carteira de empréstimos para o setor passou de R$ 23 bilhões para R$ 30 bilhões e no meio deste ano já está em R$ 37 bilhões. “Acho que estamos corrigindo o erro histórico de não estar presente na agricultura”, disse.

Segundo ele, a ambição é que o crédito rural seja tão fácil de contratar como o crédito de veiculo, no caixa eletrônico. “O que vai determinar o preço desse recurso é a parte da segurança jurídica”, disse.

A ministra se colocou à disposição para trabalhar em conjunto com os bancos para resolver os entraves. “Temos uma oportunidade de ouro para nos próximos cinco anos o crédito agrícola estar cada vez mais com os bancos privados, a não ser para os pequenos”, pontuou.

Regularização Fundiária

Outro tema tratado na live foi a importância de fazer avançar a regularização fundiária no país. A ministra lembrou que é preciso simplificar o processo para garantir que os produtores rurais tenham acesso à sua titulação, o que vai garantir, inclusive, o acesso ao crédito rural.

“Quem estiver de maneira muito irregular, tem que cumprir a lei. Mas também temos que ajudar quem está lá há muitos anos esperando por essa regularização. Que foram para lá com promessas de governos para colocar gente nessa região e estão lá abandonados. E vocês não podem nem ajudar, porque não podem financiar quem não tem o seu título de propriedade”, disse a ministra.

“Nosso objetivo é contribuir na regularização fundiária. tem que trazer quem não está regular para a regularidade”, concordou o diretor do Itaú.