A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, voltou a falar nesta quinta-feira, dia 17, sobre demarcações de terras indígenas e o desafio da pasta em gerenciar conflitos fundiários. “É preciso separar o produtor rural do bandido. O crime é coisa de bandido e bandido nós temos em todo o lugar, mas isso precisa ser combatido cada vez com mais força. (…) Nós não podemos incentivar o banditismo e grileiros, pois a lei está aí para isso e precisa ser cumprida”, disse em entrevista ao programa GloboNews Miriam Leitão.
Questionada sobre a responsabilidade de cuidar da parte de demarcação de terras indígenas, sob o comando da Secretaria Especial de Assuntos Fundiários de Nabhan Garcia, Tereza Cristina garantiu que não haverá conflito de interesses. “Em caso de conflitos, temos que confirmar as terras já consolidadas. O que está dentro da lei, tem que ser confirmado”.
A ministra da Agricultura disse ainda que o governo vai manter as demarcações de terras indígenas, que correspondem a 13% do território nacional, mas que terá que resolver as novas demarcações. “Temos que resolver essas demarcações que estão sendo feitas, pois nos 14 anos do outro governo, nada se resolveu. Tem gente ali que tinha terra titulada, com escritura de até 80 anos, e vem uma nova demarcação. A Justiça tem que dizer o que vai acontecer nesses casos, mas isso tem demorado muito”, avaliou.
Em um trecho da entrevista, Miriam Leitão falou sobre a impressão passada por lideranças indígenas de que o governo Bolsonaro, pelo teor adotado na campanha eleitoral, vai facilitar a grilagem de terras. Confrontada, Tereza Cristina disse que isso não vai acontecer sob a sua gestão.
“O discurso na emoção da campanha é um, mas as leis estão aí e precisam ser cumpridas. O Brasil não é uma republiqueta, tanto que nos últimos anos vivemos problemas seríssimos e as instituições garantiram ordem. Bandido é bandido, produtor é produtor e terra demarcada é terra demarcada. O que está em litígio, vamos procurar a Justiça para ver se as coisas caminham mais rápido”, garantiu.
Sobre invasões de terras, Tereza Cristina disse que a orientação de Bolsonaro é para coibir a qualquer custo qualquer tipo de ocupação irregular. “A lei é para todos e quem invadir será retirado, pois esse governo não permitirá invasões. Isso é o que eu ouço dentro do Palácio e são as orientações que a gente recebeu, mas vamos coibir os excessos de ambos os lados. Vamos seguir a lei ao pé da letra”.