Milhares de produtores rurais gaúchos se reuniram nesta quinta-feira (8), em Porto Alegre (RS), para participar de um tratoraço que teve como objetivo pressionar o governo federal a atender as demandas do setor, gravemente afetado pela histórica enchente de maio.
- Confira na palma da mão informações quentes sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no WhatsApp!
A manifestação, realizada de forma pacífica, ocupou o Parque da Harmonia, no centro da capital gaúcha, onde mais de 300 máquinas agrícolas foram estacionadas na orla do Rio Guaíba, simbolizando a força de trabalho do setor no Rio Grande do Sul.
Produtores de diversas cidades do estado também compareceram em ônibus, lotando o espaço. O movimento destaca as perdas sofridas e a crise enfrentada pelo setor, com reivindicações que buscam garantir a continuidade das atividades agrícolas.
“O movimento vem ganhando força, somando gente, e ninguém quer ver o vizinho mal ou o outro cair. A gente quer que todos estejam bem para continuar produzindo os alimentos que o mundo precisa”, afirmou Joel Cossul, um dos participantes.
O tratoraço, planejado antes da divulgação da medida provisória 1247, ganhou ainda mais força após o anúncio, já que, segundo o setor, grande parte dos produtores não foram contemplados pela medida. Entre as reivindicações do movimento SOS Agro RS estão a prorrogação de dívidas para produtores com danos parciais, linhas de crédito para a reconstrução das propriedades e auxílio financeiro para as famílias atingidas. O setor conta com o apoio de entidades do agronegócio e de parlamentares estaduais e federais.
“É evidente que precisamos das emendas parlamentares, mas isso é um processo muito longo. Precisamos de boa vontade do Congresso Nacional para que as coisas avancem rapidamente”, destacou o presidente da Federação de Agricultura do estado (Farsul), Gedeão Pereira.
Os tratoraços foram realizados de forma descentralizada em mais de 60 cidades pelo estado. Entidades e autoridades aguardam a regulamentação da medida provisória e novos anúncios, pois a safra 2024/2025 precisa começar. “Precisamos de respostas claras em um momento de especial dificuldade. A medida provisória publicada pelo governo não atende às necessidades que estão sendo expressas aqui, e sequer foi regulamentada. Está muito demorado e burocratizado”, acrescentou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
O movimento segue pressionando por soluções efetivas para garantir a recuperação do setor agrícola no Rio Grande do Sul, que busca superar as dificuldades impostas pelas recentes enchentes.