A União Europeia e o Mercosul vão discutir novas propostas de acordo de livre comércio na segunda semana de maio. A decisão foi anunciada nesta sexta, dia 8, pela Comissão Europeia e pelo Uruguai, país que detém a presidência do Mercado Comum do Sul.
A comissária europeia para o Comércio, Cecilia Malmstrom, e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, também acertaram em Bruxelas a definição de um roteiro para o resto do ano.
Esta é a etapa mais importante do processo, em que os blocos oferecem condições favoráveis à importação dos produtos. Para o agronegócio brasileiro, o maior interesse é facilitar as exportações para carnes e frutas. “As nossas frutas são vendidas para a União Europeia com taxa média de 21,5%, enquanto México e Chile vendem a taxa zero”, explica a secretária de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Tatiana Palermo.
Depois da troca de ofertas, os blocos tem cerca de um mês para avaliar e enviarem as respostas ou contrapropostas. A expectativa é que o processo ainda demore, pela complexidade e quantidade de produtos de diferentes setores envolvidos.
O Mercosul é o sexto mercado de exportações da União Europeia e somou 88 bilhões de euros em receitas no ano de 2015. Além disso, as empresas europeias pagam mais de 4 bilhões de euros em taxas alfandegárias.
As negociações entre os dois blocos começaram em 1999 e seguiram até 2004, quando foram interrompidas por seis anos, até 2010. Desde então, ocorreram novas rodadas de conversações que vão levar à troca de propostas a ser formalizada no mês que vem.
Os membros efetivos do Mercosul são a Argentina, o Brasil, o Paraguai, o Uruguai e a Venezuela, sendo que o bloco inclui ainda cinco associados (Bolívia, Chile, Peru, Colômbia e Equador) e dois observadores (México e Nova Zelândia).