O projeto que classificada a vaquejada e o rodeio como patrimônio cultural imaterial do país, aprovado pelo Senado no início de novembro, teria provocado a queda do ministro da Cultura, Marcelo Calero, que pediu demissão do cargo nesta sexta-feira, dia 18.
Embora ele tenha alegado razões pessoais para seu afastamento, um dos motivos da demissão teria sido um pedido de veto ao projeto sobre vaquejada enviado por Calero. O fato ocorreu em um momento em que Michel Temer estaria inclinado a sancionar a lei que torna a atividade patrimônio cultural.
A divergência teria causado problemas ao presidente da República e levado ao afastamento de Calero, de acordo com informações publicadas no Blog do Camarotti, do portal de notícias G1. O Palácio do Planalto aceitou o pedido de demissão e informou que o deputado federal Roberto Freire (PPS-SP) será o novo ministro da Cultura.
Entenda o caso da vaquejada
O tema da vaquejada ganhou força no Congresso e destaque nacional após um julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu ser inconstitucional uma lei do Ceará regulamentando a atividade como prática esportiva. O assunto tomou grandes proporções e suscitou debates entre os envolvidos na prática e os movimentos de defesa dos animais.
De um lado, defende-se a vaquejada como uma manifestação cultural que gera emprego e renda para milhares de famílias envolvidas de forma direta e indireta na atividade. De outro, ativistas alegam que ocorrem maus-tratos a cavalos e bois que participam dos eventos.
O embate deu origem a uma mobilização que reuniu cerca de 6 mil pessoas em Brasília, no dia 25 de outubro, a favor da vaquejada. O ato deu sustentação ao projeto votado no Senado, que, por sua vez, abre caminho para a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para regulamentar a realização da vaquejada em todo o território nacional.