Os preços do milho ainda devem ser impactados pelo último relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), além do clima irregular em áreas produtoras dos Estados Unidos. No Brasil, a expectativa é com uma nova baixa nos preços.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de milho na próxima semana. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Fernando Henrique Iglesias.
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– O mercado do milho ainda absorve o movimento pós relatório do USDA. O sentimento impreciso de que a área plantada poderia ser muito maior do que a projetada pelo USDA traz agora alguma restrição para retomada das altas na CBOT;
– As chuvas não estão sendo nos volumes esperados no Oeste e Norte do Corn Belt, localidades já secas desde o inverno, enquanto no Centro-Sul as chuvas são bastante favoráveis;
– Condições das lavouras de milho podem trazer situação ruim neste lado mais seco da região;
– Preocupação com possível decisão de paralisação das exportações de grãos na Argentina. Ainda é uma suposição mas a informação começa a ser avaliada como possível;
– Safras da Rússia e da Ucrânia tendo bom andamento;
– China compra quase 10 milhões de toneladas de milho em dez dias e mercado na CBOT se recusa a precificar com altas o expressivo volume de compras;
– China definitivamente não dispõe de estoques para atender à sua demanda. Governo local sequer faz leilões de estoques;
– Situação do mercado interno se acomodou com tradings forçando as vendas para grandes compradores da região Sul, principalmente;
– Boa parte dos consumidores se posicionou até a colheita da safrinha e os preços cederam internamente. O mercado tenta ajustar os preços internos aos preços de porto, hoje em R$ 85/87 para ago/set;
– De forma geral, ainda se tenta ignorar a expressiva perda de produção da safrinha 21. As perdas no milho safrinha vão de 40% a 100% nos estados do PR, MS, GO, SP e MG. Sul do MT é uma região que adere a este quadro também;
– A aproximação de preços internos aos de exportação é extremamente delicada para o futuro abastecimento interno;
– Uma exportação acima de 25 milhões de toneladas de milho poderá gerar problemas de abastecimento mais intensos a partir do final da colheita da safrinha;
– Safra norte-americana ainda totalmente em aberto e forte demanda internacional são pontos que devem ser avaliados no Brasil;
– Chuvas não devem atingir todas as regiões produtoras de safrinha e seu efeito agora é discreto. Enquanto geadas leves são esperadas para a semana no PR e Paraguai.