Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Votação leva produtores de todo o país a Brasília

Lideranças de entidades do Agro e representantes da agricultura familiar ficaram em lados opostos do muro na Esplanada dos Ministérios

Fonte: Agência Brasil

Produtores rurais e agricultores familiares de todo o país participaram, no domingo, dia 17, das manifestações contra e a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff em Brasília. Os manifestantes ocuparam a Esplanada dos Ministérios, que foi dividida por um muro. Agricultores de todo o país vieram a Brasília participar dos protestos.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) montou um ponto de encontro ao lado da esplanada e esperava receber 20 mil pessoas ao longo do dia.

“Nós estamos aderindo à população, que não quer mais a continuidade desse governo. Um governo que conseguiu destruir a economia. Um governo que, acima de tudo, está dividindo o Brasil. É uma vergonha a gente ter uma divisão da população”, diz o presidente da CNA, João Martins.

“O impeachment é a primeira batalha de muitas. Eu acho que o trabalho de destruição do Brasil foi muito profundo, não só sob o ponto de vista econômico, mas sob o ponto de vista político e do ponto de vista, principalmente moral”, afirma Gustavo Junqueira, presidente da Sociedade Rural Brasileira.

Além dessas entidades, presidentes das principais federações de agricultura e pecuária do país foram à capital federal.

“Caravanas de norte a sul do Brasil, sem serem financiadas com dinheiro público. É importante nós ressaltarmos isso. Financiados pelo próprio produtor rural, que paga sua viagem, que paga sua contribuição no ônibus”, afirma José Mário Schreiner, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás.

“Nós queremos, a partir do impedimento da presidente Dilma, que a agricultura responda muito mais forte para o Brasil do que já está respondendo”, diz o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso.

Para Roberto Simões, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais, este é um momento crucial: “Nós temos que estar presentes, fazer a nossa parte, porque não podemos permitir que o Brasil continue do jeito que está. Nós somos um setor que às vezes é o último a ser afetado, mas já está sentindo a crise”.

Agricultores familiares ligados à Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) também vieram de vários estados. Eles ficaram do lado da esplanada que reunia os manifestantes contra o impeachment da presidente Dilma.

“No governo do presidente Lula e da presidente Dilma, foi onde os trabalhadores rurais mais obtiveram políticas públicas que beneficiaram a nossa área rural brasileira”, defendeu Juraci Souto , secretário de formação da Contag.

O agricultor familiar José Wilson Gonçalves concorda: “A ameaça forte do golpe que está em marcha pode colocar em risco e a perda de todos esses benefícios que nós conquistamos até agora”.

“Hoje, se eu tenho meu filho fazendo direito, eu agradeço plenamente esse mandato da presidente Dilma e do ex-presidente Lula”, diz a agricultora familiar Maria Rita Figueiredo.

A também agricultora familiar Lúcia Moura justifica a sua ida a Brasília por motivações políticas: “Acho o impeachment uma violência. Primeiro peço respeito por uma pessoa que foi eleita legitimamente. Não dá pra tomar na tora, como a gente diz, um mandato que foi legalmente constituído”. 

Dentro da Câmara dos Deputados também teve manifestação. Antes do início da sessão, às 14h, parlamentares contra e a favor da presidente Dilma gritaram palavras de ordem e causaram alvoroço no salão verde. O local, inclusive, já estava lotado de parlamentares e jornalistas logo de manhã.

Tanto manifestantes quanto parlamentares de ambos os lados estavam confiantes em uma vitória. Tanto que nem se falava em plano B. Pelo menos não declaradamente.

“Não há essa estratégia. O impeachment será aprovado. E foi assim realmente que nós trabalhamos, sem nenhuma arrogância, mas nós trabalhamos os pés no chão. E isso nos dá condição de afirmar que não existe plano B, porque o plano A vai ser implementado”, diz o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS).

Já o deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS) mostrava a mesma confiança, mas em sentido contrário: “Nós queremos resolver aqui na Câmara. Seria mais importante porque o que a oposição quer é que esse fato perdure, demore, que fique numa instabilidade. Isso política e economicamente não é bom para o país”.

Sair da versão mobile