Entre os produtos do agro que mais registraram valorização ao longo de 2024, o abacate aparece disparado, com alta de 188,8%, de acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em seguida, no ranking, aparecem:
- Laranja pera: 53,2%
- Café moído: 34,7%
- Óleo de soja: 31,6%
- Acém: 24,2%
Segundo o pesquisador da FGV Agro Felippe Serigati, a disparada que quase triplicou o preço do abacate se explica pela quebra de safra e a oferta mais rígida.
“Por mais que essa alta seja desconfortável a um pequeno grupo, não é uma preocupação para o índice [IPCA-15, prévia da inflação] como um todo. Já em relação aos demais produtos [a questão] é diferente porque são muito mais consumidos e têm um peso maior dentro do IPCA”.
O especialista lembra dos problemas nos pomares de laranja em São Paulo, principal estado produtor, como as temperaturas acima da média, a escassez hídrica e os incêndios florestais, fatores que deixaram as frutas menores e com menos suco.
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“O café também chama a atenção porque teve uma alta forte em dólares, quebra da produção do Sudeste Asiático, a produção brasileira ficou abaixo da expectativa e também houve problemas na florada devido a questões climáticas”.
Serigati também ressalta a alta inflacionária do óleo de soja, operando em todo o mundo com preços bastante pressionados, o que se estende a todos os óleos vegetais por questões geopolíticas e de quebra de safra.
O pesquisador da FGV Agro enxerga uma possível queda nos preços de todos os produtos listados acima, exceto do acém, o corte bovino mais popular e que compete com a proteína do frango.
“Estamos vendo ventos mais fortes de reversão do ciclo pecuário, ou seja, uma tendência de reter fêmeas para produção de bezerros, reduzindo a produção, a quantidade ofertada de carne, cujo preço deve permanecer pressionado ao longo de 2025”.