REFLEXOS NO MERCADO

Ações das principais indústrias frigoríficas caem após polêmica chinesa

Investigação de salvaguarda sobre as importações de carne bovina anunciada pelo gigante asiático sugere viés protecionista, diz corretora

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As ações dos frigoríficos fecharam em queda no pregão desta sexta-feira (27) após a China anunciar que iniciou uma investigação de salvaguarda sobre as importações de carne bovina, que aumentaram 106,28% desde 2019, alegando possíveis impactos negativos no setor pecuário local.

Assim, perto do fechamento, as ações de BRF (BRFS3), JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) caíam 2,70%, 2,52%, 2,07% e 1,14%, respectivamente.

A corretora Ativa destaca que o processo, solicitado por entidades chinesas, abrange todos os países exportadores, incluindo o Brasil, principal fornecedor do mercado chinês.

A investigação, com prazo de até oito meses, pode resultar em cotas ou tarifas se comprovado prejuízo à produção doméstica.

O governo brasileiro e exportadores buscam demonstrar que a carne brasileira complementa, sem prejudicar, a indústria local chinesa.

Para a Ativa, a notícia preocupa, pois a investigação anunciada, sem justificativas claras, sugere um viés protecionista da China, que pode pressionar as exportações brasileiras de carne bovina.

Neste ano, mais de 50% da carne exportada pelo Brasil teve como destino o mercado chinês. Nas empresas, esse share representa 23% das exportações da JBS e 15% da Minerva.

“Assim, num pior cenário, a medida pode impor tarifas e barreiras comerciais, prejudicando a pecuária brasileira. Diante disso, a Abrafrigo destacou a importância da parceria comercial entre os países e se dispôs a colaborar para mitigar os possíveis impactos”, ressalta a corretora.

A Ativa tem recomendação de comora para JBS (JBSS3), com preço-alvo de R$ 38,70 e neutra para Minerva (BEEF3), com preço-alvo de R$ 7,00.