Na contagem regressiva para o payroll (6ªF), o mercado concentra o foco hoje no relatório Jolts (12h) e na ata do Fed (16h). Investidores querem conferir os detalhes da discussão preliminar sobre uma flexibilização monetária na última reunião, que deixou a porta aberta para um corte de juro já em março. Um tom dovish do documento deve confirmar esta aposta, do mesmo modo que uma mensagem mais conservadora pode descolar a expectativa para o 2Tri.
À espera da agenda importante da semana, os negócios em NY recolheram o apetite por risco ontem e aqui não foi diferente, com o dólar acima de R$ 4,90 e bolsa abaixo dos 133 mil pontos, num ajuste natural potencializado pelos ruídos políticos em Brasília, onde o governo e o Congresso voltam a se estranhar.
Além do desgaste com a chamada MP da Compensação, que reverte a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores, a polêmica agora também gira em torno do veto de Lula na LDO ao calendário de pagamentos de emendas.
Foi vetado o dispositivo que retirava do presidente o poder de definir o fluxo de liberação de emendas e tornava obrigatório o empenho de recursos para pagar emendas impositivas em até 30 dias após a divulgação da proposta. Na primeira reação ao despacho de Lula, o relator da LDO já sinalizou que vai ter troco ao Poder Executivo.
Em nota divulgada à imprensa, o deputado Danilo Forte (UB-CE) disse que recebeu a decisão de Lula com preocupação e antecipou que o Congresso deve anular o veto ao dispositivo dos prazos de distribuição das emendas.
O Executivo confia na relação com Pacheco e com o SFT para manter a medida. Mas articuladores políticos do governo avaliam ao Broadcast que será difícil conter a resistência dos parlamentares e o clima de tensão instalado. Os parlamentares não devem recuar do aumento de poder conquistado sobre as emendas, o que exigirá que Lula se envolva diretamente nas articulações para impedir a derrubada de mais um veto presidencial no Legislativo.
Em meio às relações fragilizadas entre o Executivo e Parlamento, Pacheco deve reunir as lideranças da Câmara e do Senado na semana que vem para tratar do futuro da MP que prevê a reoneração gradual da folha de pagamentos.
Segundo apuração de bastidor da CNN, Haddad avisou que, se a MP for devolvida pelo Congresso, não restará alternativa ao Executivo a não ser recorrer à AGU para que questione a prorrogação dos benefícios no STF. Na avaliação da equipe econômica, o Supremo vai se sentir mais “livre” para decidir pela inconstitucionalidade.
MAIS AGENDA – Nos EUA, sai o PMI industrial de dezembro medido pelo ISM (12h). Único Fed boy a falar na semana, Tom Barkin (Richmond) participa de evento às 10h30. A China tem mais uma rodada de PMI de serviços, na leitura final da S&P Global/Caixin em dezembro (22h45).
Aqui, a agenda esvaziada prevê o saldo da conta corrente e o resultado do IDP de novembro, às 8h30. A expectativa em pesquisa Broadcast é que o déficit em c/c se aprofunde para US$ 500 milhões, contra -US$ 230 milhões em outubro. O IDP deve ser de US$ 3,95 bilhões, maior do que os US$ 3,3 bilhões do mês anterior.
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