Contrariando as apostas no fim do ciclo de aperto monetário, Powell veio hawk e estragou a festa dos mercados em NY, ao alertar para as chances de o Fed voltar a subir o juro nos Estados Unidos, se a economia não der sinais de desaceleração. Hoje, mais dois dirigentes do BC americano falam e podem influenciar. Entre os indicadores, é importante a preliminar de novembro do sentimento do consumidor de Michigan (12h), com as expectativas de inflação para um e cinco anos.
Aqui, sai o IPCA de outubro (9h), com a mediana das estimativas apontando para 0,29%, pouco acima de setembro (0,26%), mas com recuo do acumulado em 12 meses, de 5,19% para 4,87%. Já a B3 repercute os balanços divulgados ontem à noite, incluindo Petrobras e Bradesco.
Após reportar baixa de 11,5% em um ano no lucro líquido recorrente do 3Tri (R$ 4,621 bilhões), o ADR de Bradesco caiu 3,22% no after hours em NY. O banco mostrou tendências mais estáveis nos indicadores de inadimplência, que subiram de forma mais acelerada no último ano, mas ainda assim a taxa de 6,1%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, representa uma alta de 2,2 pontos em um ano.
Já o ADR de Petrobras reagiu em alta de 0,66% aos resultados, que mostraram queda no lucro líquido (de 42,2%, para R$ 26,7 bilhões), na receita (de 26,6%, para R$ 124,8 bilhões) e no Ebitda (de 27,6%, para R$ 66,2 bilhões) contra o 3Tri/2022. A dívida líquida da empresa caiu para US$ 43,7 bilhões (7,9% inferior em um ano) e os investimentos subiram 59,2% (US$ 3,4 bilhões).
Nesta 5ªF, na expectativa do balanço e impulsionada pela recuperação do petróleo, Petrobras subiu no Ibovespa e ajudou a reduzir as perdas com a virada de NY após Powell, enquanto a aprovação da reforma tributária conteve a alta dos juros e do dólar.
FATIAMENTO – Em evento do Itaú BBA, o relator da reforma Aguinaldo Ribeiro (PP) disse que não gosta da expressão “fatiamento”, mas aceita “a promulgação mais rápida se houver condição técnica de fazer”. Isso é o que já defendeu Arthur Lira, que vai receber de volta a PEC modificada no Senado. Ribeiro prometeu rapidez quando o texto chegar à Câmara.
HADDAD – Antes de Aguinaldo, o ministro da Fazenda falou com uma feição mais distendida, comemorando muito a aprovação da reforma tributária. Ao contrário dos últimos dias, não evitou falar sobre a meta zero. “Para mim, a meta zero é programática, não precisa nem estar na lei para perseguir”.
Haddad disse que, se tivesse sido aprovada a MP 1185, que limita a redução dos tributos com subvenção do ICMS e é responsável por uma renúncia de R$ 64 bilhões, o governo já teria déficit zero neste ano. É sua briga agora e o ministro parece ter o apoio de Lira.
MAIS AGENDA – Para o IPCA de outubro (9h) a expectativa é de aceleração da média dos núcleos e arrefecimento dos preços administrados. Antes do IPCA, saem as primeiras prévias de novembro do IPC-Fipe (5h) e do IGP-M (8h). Serão divulgados ainda o fluxo nas estradas pedagiadas (10h) e dados de captação da poupança em outubro (15h). Nos balanços, saem Enauta, antes da abertura, e M.Dias Branco, depois do fechamento do mercado.
LÁ FORA – O dia começa com o PIB/3Tri e produção industrial de setembro no Reino Unido (4h). Lagarde (BCE) participa de evento às 9h. Nos EUA, saem os dados da Baker Hughes (15h) e Yellen encontra o vice-premiê da China.