Sete Fed boys falam hoje, um dia antes do payroll e um dia depois de Powell ter repetido o que havia dito na Sexta-Feira Santa, que vê riscos tanto em corte de juros prematuro quanto em relaxamento tardio. Apesar de o comentário não ter sido novidade, parte do mercado fez uma leitura de alívio, já que o presidente do Fed não veio mais hawkish, mesmo com os últimos indicadores fortes de atividade. As incertezas sobre o início do ciclo de corte do juro, porém, persistem.
Em momento de pressão do dólar, a agenda doméstica pode influenciar o câmbio, com os dados de fevereiro das contas externas (8h30), fluxo semanal (14h30) e balança comercial de março (15h), que deve apontar superávit de US$ 6,950 bilhões. Os saldos comerciais expressivos vêm ajudando a moderar o déficit em conta corrente, com previsão de US$ 3,30 bilhões em fevereiro. Para o IDP, analistas projetam entrada líquida de US$ 6,900 bilhões.
O dólar voltou a sofrer ontem picos de estresse, operando na faixa de R$ 5,09 na máxima, antes de aliviar. Em evento, Campos Neto confirmou que o leilão extra de swap promovido pelo BC esta semana foi para atender a demanda do vencimento da NTN-A. Disse que o Brasil tem um volume de reservas “bastante razoável” e que o diferencial de juros também continua “bastante favorável”.
Apesar da solidez, reconheceu que, se os EUA não cortarem o juro em junho, deve haver reprecificação do mercado e avaliou que o CPI dos EUA que será divulgado na semana que vem (4ªF) pode ser decisivo para o Fed.
No cenário doméstico para o Copom, disse que as surpresas positivas com o PIB não necessariamente significam pressão inflacionária e que a resiliência dos serviços não indica que a desinflação está interrompida.
Ao BDM, o sócio da JFTrust Investimentos, Eduardo Velho, avaliou que o crédito e a massa salarial esvaziam a chance de desaceleração sazonal da inflação de serviços e que o Fed surge como desafio para a Selic terminal. “Nesse cenário hipotético, avaliamos que o mercado deve ajustar a mediana da taxa terminal para 9,5%, ou mesmo para 9,75%”, disse.
O INFERNO DE PRATES – O presidente da Petrobras pediu uma conversa definitiva com Lula sobre a sua permanência no cargo, depois que os ataques contra ele dentro do próprio governo se intensificaram. Ontem, Alexandre Silveira (MME) admitiu conflitos com Prates, mas afirmou que a divergência é “salutar”. Já Rui Costa estaria sondando candidatos que poderiam comandar a empresa.
NÃO LARGA O OSSO – A AGU protocolou pedido ao STF para prorrogar por 90 dias o prazo para a tentativa de conciliação com a Eletrobras no âmbito de ação que pede maior poder do governo sobre a empresa. A ação foi ajuizada pela AGU para questionar a limitação do poder de voto da União a 10%.
MAIS AGENDA – Apontado como favorito à vaga de RCN no BC, Galípolo palestra em evento da Necton, em SP, no início da noite de hoje (19h). O diretor de Regulação do BC, Otavio Damaso, fala às 18h, em outro evento.
LÁ FORA – Na bateria de dirigentes do Fed, falam hoje Patrick Harker (10h55), Thomas Barkin (13h15), Austan Goolsbee (13h45), Loretta Mester e Neel Kashkari (15h), Alberto Musalem (20h20) e Adriana Kugler (20h30). Entre os indicadores econômicos nos EUA, às 9h30, sai o auxílio-desemprego e a balança comercial. A ata do BCE será divulgada às 8h30. Antes, saem na zona do euro a inflação do PPI de fevereiro (6h) e o PMI/S&P Global composto de março (5h), que será informado ainda na Alemanha (4h55) e Reino Unido (5h30).
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