Da Redação do Bom Dia Mercado
Indicadores importantes de emprego e da atividade serão divulgados esta manhã nos EUA, horas antes de o Fed anunciar a sua decisão, às 15h. Fortes ou fracos, os dados não têm potencial para alterar a aposta unânime em manutenção do juro americano na faixa entre 5,25% e 5,50%. Ainda na agenda externa, mais um índice da indústria divulgado hoje pela China retornou ao terreno da contração e tende a pesar para as commodities.
Aqui, o consenso é de que Copom anuncie (18h30) novo corte de 0,50 pp da Selic, para 12,25%. Grande parte dos economistas também espera que o BC contrate no comunicado novas quedas de igual magnitude, a despeito da “crise da meta”.
Mas se não há surpresas esperadas para hoje, enquanto as próximas decisões do Fomc dependem de indicadores futuros, as do Copom podem estar associadas à evolução do quadro fiscal, no inesperado enfraquecimento da posição de Haddad. Nesta 3ªF, Lula praticamente indicou que a decisão de mudar a meta está fechada.
Na reunião com líderes, o presidente voltou a dizer que não haverá contingenciamento de gastos no ano que vem, em linha com o que declarou na 6ªF passada, quando até mesmo antecipou o novo déficit, de 0,25% ou 0,50% do PIB. Tudo indica que a meta fiscal será revisada na LDO de 2024, que está para ser votada na CMO.
O governo conseguiu segurar a votação da LDO até agora, enquanto crescia no PT a pressão para mudar a meta. Segundo apurou o Broadcast, a Junta de Execução Orçamentária (JEO) deve se reunir até a próxima semana para definir a mudança.
No Estadão, a jornalista Vera Rosa apurou que o “sincericídio” de Lula “só aumentou o apetite do Centrão”. A cúpula quer agora 12 vice-presidências da Caixa, a Funasa diretorias do BB e Petrobras. Além disso, o grupo atua para embutir na LDO um dispositivo que obriga o governo a pagar emendas de liderança e de comissões.
Se prosperasse a meta de déficit zero, ou pelo mesmo se continuasse sendo perseguida, o presidente Lula teria de cortar cerca de R$ 53 bilhões do Orçamento no início de 2024, ano de eleições municipais. Nesse cenário, as emendas que destinam recursos para redutos eleitorais de parlamentares virariam pó.
As declarações na Câmara são de apoio ao abandono da meta zero. Arthur Lira defendeu um arcabouço legal “efetivo e racional”. Ele esteve com Lula no final da tarde para discutir a agenda legislativa. Haddad disse que a conversa “foi boa”, mas que não foi traçado ainda um cronograma de votação.
MAIS AGENDA – Antes do Copom, o IPC-S (8h) deve acelerar para 0,37% em outubro (Broadcast) e a produção industrial (9h) tem previsão de queda de 0,1% em setembro. À tarde (15h), a balança comercial indica superávit de US$ 9,0 bilhões em outubro. Lula se reúne às 9h com os presidentes dos bancos estatais. Haddad, Alckmin e Rui Costa estarão presentes.
LÁ FORA – Saem nos EUA o relatório ADP de empregos no setor privado (9h15) e a pesquisa Jolts de postos de trabalho em setembro (11h). São importantes o PMI industrial medido pela S&P Global (10h45) e pelo ISM (11h). Às 11h30, tem estoques de petróleo medidos pelo DoE. No Reino Unido, logo cedo (6h30), sai a leitura final do PMI/S&P Global industrial (out). Na China, PMI industrial medido pelo setor privado (S&P Global) caiu de 50,6 em setembro para 49,5 (out).
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