Os Fed boys continuam tentando convencer o mercado de que o corte de juro nos EUA vai ficar para mais tarde. Foi assim esta semana com Waller e Bostic. Hoje, Michael Barr participa de evento (15h). Antes, é importante conferir as expectativas de inflação na leitura preliminar de janeiro do sentimento do consumidor (12h), medido pela Universidade de Michigan. Lagarde, que já sinalizou que o juro do BCE só cairá a partir de junho, participa de painel em Davos (7h).
Aqui, às 9h, sai o IBC-Br de novembro e o BC faz reuniões trimestrais com economistas, em que o fiscal deve continuar no radar. Haddad e Lira estiveram reunidos na noite de ontem. Após a conversa, ninguém deu declarações. Mais cedo, Haddad havia prometido falar aos jornalistas quando houvesse o que dizer.
Em paralelo, deve ser colocada na mesa a decisão de Lula de vetar o trecho da LDO que previa um calendário para o governo pagar as emendas impositivas. Essa pode ser uma moeda de troca importante nas negociações.
A Fazenda divulgou ontem um documento detalhando a proposta para reoneração gradual da folha, em que destaca que a MP é uma alternativa à judicialização da prorrogação da desoneração para 17 setores. Segundo o documento, a proposta do governo prevê renúncia fiscal de R$ 5,6 bilhões, menos da metade dos R$ 12,3 bilhões que os cofres públicos devem deixar de arrecadar com o modelo do Congresso.
As perdas calculadas pelo governo seriam custeadas, segundo a Fazenda, pela abertura de espaço fiscal com fim dos incentivos do Perse (R$ 6 bi), programa criado durante a pandemia para ajudar o setor de eventos.
Em Pernambuco, Lula provocou o setor produtivo, que estaria cobrando benefícios fiscais sem garantir estabilidade aos trabalhadores. “Esse País não pode ficar subordinado à pequenez de umas pessoas que agora estão brigando para que a gente faça a desoneração da folha. Por acaso, os empresários que estão propondo isso estão oferecendo uma contrapartida?”
Número dois na hierarquia da Fazenda, o secretário-executivo, Dario Durigan, respondeu ontem ao alerta do TCU sobre receitas “superestimadas” no Orçamento e previsão “não factível” de menores despesas do INSS. O Tribunal advertiu sobre o risco de não cumprimento da meta fiscal zero e estimou déficit de R$ 55 bi.
No contra-ataque, Durigan disse que a peça orçamentária aprovada pelo Congresso tem “equilíbrio entre receitas e despesas” e se disse “confiante” de que o governo irá cumprir a meta de déficit fiscal zero estipulada. Também Tebet reagiu ao TCU. Disse que o Planejamento checou o Orçamento e o considerou “plausível”.
MANTEGA NA VALE – O ministro Alexandre Silveira (MME) afirmou que a participação do governo no processo de sucessão na alta cúpula da mineradora é legítima e confirmou que o Executivo está envolvido na discussão. Mas negou que haja “imposição” para a indicação de Mantega a uma vaga no Conselho de Administração da Vale.
MAIS AGENDA – O mercado espera que o IBC-Br venha estável, depois de -0,06% em outubro. O intervalo das projeções em pesquisa Broadcast vai de queda de 0,70% a expansão de 0,60% no “PIB do BC”. Às 8h, a FGV divulga a segunda prévia de janeiro do IGP-M. Nos EUA, saem as vendas de moradias usadas (12h) e os dados da Baker Hughes (15h) sobre os poços e plataformas de petróleo em operação.