Investidores em NY estão cautelosamente otimistas para esperar o payroll (10h30), depois que os relatórios Jolts e ADP apontaram para o enfraquecimento do mercado de trabalho americano, fortalecendo as apostas de que o Fed começará a cortar o juro em março. A mediana das estimativas está abaixo de 200 mil postos de trabalho criados em novembro (198 mil), com a taxa de desemprego estável em 3,9% e aumento de 0,30% do salário médio.
Os números de hoje são considerados decisivos para projetar a política monetária antes das reuniões do Fomc e do Copom, na Super Quarta (13), quando a semana também será movimentada pelas votações da pauta econômica no Congresso.
O que o Fed decidir terá impacto expressivo nos mercados domésticos, influenciado a bolsa, os juros e o câmbio, que já estão refletindo as expectativas de uma queda antecipada dos juros nos EUA, com os sinais de desinflação e desaceleração do emprego.
Assim, quanto mais fraco vier o payroll, mais entusiasmo pode contagiar os ativos lá e aqui. As previsões para a criação de vagas oscilam entre 130 mil e 275 mil vagas. A curva dos Treasuries precifica um alívio total de 125pbs em 2024, já a partir do primeiro trimestre.
Aqui, um novo corte de 0,50pp da Selic, na 4ªF, é a expectativa unânime de 57 instituições consultadas pelo Broadcast. Na mediana, o mercado acredita em uma Selic terminal de 9,50%, com o ciclo se encerrando em julho de 2024.
Em paralelo, a percepção fiscal dependerá do avanço da agenda econômica, cujas votações estão concentradas na próxima semana. O Congresso promete um esforço concentrado para limpar a pauta antes do recesso do fim de ano.
Nesta 5ªF, o relator Danilo Forte (LDO) apresentou seu parecer final e, como esperado, não incluiu a emenda Randolfe, que limitava o bloqueio de despesas, independentemente de o governo ter alcançado a meta fiscal. Por outro lado, incluiu as emendas de comissões permanentes no calendário que obriga o governo a reservar recursos para pagamento até o mês de julho de cada ano.
O relatório da LDO determina que o Orçamento de 2024 tenha R$ 11 bilhões de emendas de comissão liberados pelo governo Lula logo no primeiro semestre. O relatório, aprovado na CMO, autoriza expressamente o Congresso a tirar recursos dos ministérios e do PAC, que tem verba de R$ 61 bilhões em 2024, para aumentar o valor das emendas de comissão e das emendas de bancadas.
Já a apresentação do relatório da MP da subvenção do ICMS, a principal medida de arrecadação para 2024, foi novamente adiada. Só depois desses chamados “ajustes políticos” é que vai acontecer a votação, também na próxima semana.
MAIS AGENDA – Saem a primeira prévia de dezembro do IPC-S (8h), os dados regionais de outubro da produção industrial (9h) e a captação da poupança (9h). Lá fora, sai nos EUA o sentimento do consumidor (12h) e, à (15h), os dados da Baker Hughes sobre os poços de petróleo. Na Alemanha, sai o CPI de novembro (4h). No final da noite (22h30), tem inflação na China. No Japão, o PIB real caiu 0,7% no 3Tri, na leitura final, pior que o projetado pelo mercado (-0,5%).