Os investidores voltam hoje repercutindo a alta do índice EWZ (+2,9%) e de ADRs brasileiros, que foram super bem em NY no feriado de Finados. A fala de Powell, na 4ªF, manteve o entusiasmo em Wall Street, prevalecendo a leitura de que o aperto dos juros acabou. Hoje, essa confiança pode ser testada pelo payroll de outubro, às 9h30. As bolsas ainda podem reagir ao balanço da Apple, que, apesar do lucro acima do esperado, desapontou pela queda da receita. No after hours, caiu 3,39%.
Aqui, o alerta do Copom sobre a importância de perseguir as metas fiscais não o impediu de contratar novos cortes da Selic, de igual magnitude. Veio assim mesmo, no plural. No entanto, as recentes incertezas com as contas públicas podem consolidar no mercado as expectativas por uma Selic terminal mais alta.
Segundo a Globonews, o governo já decidiu que mudará a meta fiscal de 2024 para um déficit de 0,5% do PIB por meio de uma emenda ao PLDO. A se confirmar, está acima do que defendem técnicos da área econômica. Para eles, um déficit de 0,25% seria suficiente para evitar um bloqueio. Se a decisão de mudar a meta for por meio de emenda, a votação do relatório preliminar da LDO pode ocorrer na semana que vem.
A REUNIÃO DE LULA – Na reunião de Lula com os ministros, dia 1º, o martelo não foi batido, mas todos saíram com a mesma impressão. O presidente não quer esperar até o ano que vem para mudar a meta de 2024, como preferia Haddad, que pouco teria falado.
Lula não deixou dúvidas sobre o que quer. A preocupação dele é com investimentos, como do PAC, que seriam o primeiro alvo de um eventual contingenciamento. Quem mais defendeu a mudança da meta foi Rui Costa.
REFORMA TRIBUTÁRIA – Após reunião com Eduardo Braga (MDB), Haddad afirmou que as novas exceções do parecer aumentam a alíquota-padrão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) em cerca de 0,5pp, até 27,5%. O ministro disse que a posição da Fazenda por menos exceções é conhecida, mas que “os relatores precisam buscar votos para aprovar a matéria”. A votação está prevista para a próxima semana.
SUBVENÇÃO DO ICMS – A MP que altera a tributação sobre as grandes empresas passará por novos ajustes na Câmara, segundo apurou o Estadão. Pelo menos quatro pontos devem ser alterados. A expectativa do governo é de que o texto comece a avançar na próxima semana e seja aprovado ainda em novembro.
PAYROLL – O relatório de emprego nos Estados Unidos, às 9h30, tem estimativa de criação de 183 mil postos de trabalho em outubro. Se esse confirmado, representará uma forte desaceleração, após a abertura de 336 mil vagas em setembro. A previsão para a taxa de desemprego é que seja mantida em 3,8%.
MAIS AGENDA – O IPC-Fipe (5h) deve desacelerar para 0,25% em outubro, na mediana de pesquisa Broadcast, após alta de 0,29% em setembro. O BC promete informar hoje o fluxo cambial (14h30). Lula convocou ministros da área de infraestrutura para reunião nesta manhã. A CVC divulga o seu balanço trimestral depois do fechamento do mercado.
LÁ FORA – Além do payroll, saem nos EUA o PMI/ISM de serviços (11h) e o PMI/S&P Global composto de outubro (10h45), além dos dados de petróleo da Baker Hughes (14h). Michael Barr (Fed) fala às 9h e 16h30. Na zona do euro, tem desemprego de setembro (6h). No Reino Unido, PMI/S&P composto de outubro (6h30). Na China, o PMI/S&P Global de serviços avançou para 50,4 em outubro, de 50,2 no mês anterior. É o décimo mês consecutivo de avanço do indicador.