Agenda cheia em NY, com PIB, Livro Bege, PCE e duas falas de Powell (6ªF). Na zona do euro, CPI e PMI industrial somam-se a discursos quase diários de Lagarde (BCE). Também a China divulga dados do PMI, enquanto a reunião da Opep (5ªF) deve mexer com o petróleo. Aqui, saem arrecadação (hoje, 10h30), IPCA-15 (amanhã) e produção industrial (6ªF).
Mas é Brasília que dá o rumo dos negócios, em uma semana decisiva para Haddad, que começa com o julgamento dos precatórios hoje no STF e uma pauta de votações intensa no Congresso. Numa jogada ousada, o ministro convenceu Lula a vetar a desoneração da folha, provocando a ira de entidades e parlamentares e, agora, espera aprovar a MP 1185, que muda a subvenção do ICMS, a principal medida para elevar as receitas em 2024.
Que o Congresso vai derrubar o veto integral é um desfecho que ninguém duvida. Haddad sabia disso quando quis dividir com o Legislativo a responsabilidade pelo equilíbrio fiscal. E Lula sabia ainda mais, porque não arriscaria os “milhares de empregos” que os 17 setores dizem que podem ser perdidos se o veto vingasse.
Mas, se é fato que nenhum governo consegue mais tirar o que as empresas ganharam de mão beijada, também é verdade que precisará haver uma compensação desse custo que a União parece destinada a carregar até o fim dos tempos. Assim é que o veto deverá ter seu preço no Congresso, com a aprovação da medida mais importante para elevar a arrecadação, como a MP que trata das subvenções do ICMS.
A Fazenda também espera que a derrubada do veto da desoneração venha acompanhada de apoio aos vetos de Lula ao Carf e ao arcabouço fiscal. Na Câmara, Lira pretende liderar uma semana intensa de votações, incluindo reforma tributária, LDO/24 na CMO, a MP da subvenção do ICMS e a chamada “agenda verde”, antes da COP-28, em Dubai. No Senado, o governo quer votar o PL dos fundos offshores e exclusivos amanhã e o das apostas esportivas na 4ªF.
PRECATÓRIOS – Haddad espera também que o STF atenda ao pleito da Fazenda para alterar em definitivo a forma como parte dos pagamentos de precatórios são computados na contabilidade federal. Espera quitar R$ 95 bilhões da fatura via crédito extraordinário, ou fora do arcabouço.
INDICADORES – Na semana, destaque para o IPCA-15 de novembro, amanhã (3ªF). Saem ainda o IGP-M novembro (4ªF) e as prévias do IPC-Fipe (hoje, às 5h) e do IPC-S, na 6ªF. Saem ainda a arrecadação federal de outubro (hoje, 10h30) e as contas do Governo Central, amanhã (3ªF). Sai a produção industrial de outubro sai na 6ªF junto com a balança comercial fechada de novembro. A semana tem ainda os dados de emprego (Caged de outubro na 3ªF e Pnad na 5ªF).
LÁ FORA – Powell fala duas vezes, ambas na 6ªF. A agenda tem ainda PIB/3Tri (3ªF), o Livro Bege (4ªF) e o PCE de outubro (5ªF). NY ainda monitora esta semana o PMI final industrial de novembro medido pelo ISM e S&P Global (ambos na 6ªF), além das vendas de moradias novas (hoje, às 12h), com previsão de queda de 5,8% em outubro.
ZONA DO EURO – Lagarde (BCE) tem discursos em eventos quase todos os dias desta semana, menos 4ªF. Hoje, ela fala às 11h10. Os comentários vêm antes do CPI de novembro (5ªF) e do PMI industrial (6ªF) do bloco.
CHINA – Os dados do PMI industrial oficial (4ªF) e medido pelo setor privado (5ªF) em novembro vêm aí. Divulgado na noite de ontem, o lucro industrial subiu 2,7% na comparação anual de outubro, marcando o terceiro mês seguido de alta.