O comentarista do Canal Rural e ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, disse que esperar que a a anulação do leilão de arroz da Conab signifique o fim de qualquer certame envolvendo o cereal no Brasil.
“O setor privado está perfeitamente organizado para dar equilíbrio, para não deixar efetivamente que a possível falta de arroz seja sentida”.
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Segundo ele, a oferta do Mercosul já atende a demanda interna do alimento. “O governo não precisa se sujeitar a verdadeiros vexames, como ver uma loja de queijo, um fabricante de máquinas, de sucos e sorvetes vencerem um leilão de tanta importância e de tanto recurso”.
Além do arroz, a Medida Provisória
Já no que tange à devolução da Medida Provisória 1.227 pelo Senado ao governo, Turra acredita que seguiu-se a lógica, visto que não houve qualquer debate para que ela fosse publicada.
“Haveria um prejuízo enorme que não seria recuperado e não há razão ou fundamento para que ela [a MP] fosse analisada pelo Congresso, já que ela excedeu todos os limites. Represar crédito é o mesmo que represar a economia”, analisa.
O comentarista ressalta que, nesse sentido, a ideia de que o agro brasileiro não é taxado é uma inverdade.
“Além da dificuldade de ser um setor que produz tanto e gera tanta riqueza e emprego, nós sabemos que é uma indústria a céu aberto em um país que não possui seguro agrícola e nem oferece condições. Não imaginem que ele [o agronegócio] recebe subsídios porque o agro paga juros sim, podem ser menores, mas o governo recebe também em sua política fiscal recursos que não são remunerados”, salienta.