Levantamento de uma empresa de inteligência de mercado aponta que quase todos os componentes da cesta natalina registraram aumento nos preços. De dezembro de 2023 a outubro de 2024, doze das treze categorias de alimentos tiveram alta.
A maior elevação foi no preço do azeite, que subiu mais de 34%, seguido pelo arroz, com acréscimo de 28,5%. No caso do óleo vegetal, os preços em patamares elevados têm relação com várias quebras seguidas de safra na Europa. E no caso do arroz, o encarecimento do cereal está relacionado com as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, principal estado produtor do Brasil.
A coordenadora de Dados Estratégicos da Neogridsn, Anna Fercher, disse que apesar de grande parte da safra já ter sido colhida, os impactos que eram esperados não foram tão grandes. O estudo revelou, por exemplo, que o arroz não foi o único grão afetado pelas condições climáticas extremas. As estiagens causadas pelo fenômeno El Niño também prejudicaram a soja, um impacto que vai além das lavouras e chega até à pecuária, encarecendo também a proteína animal.
“Falando do El Niño – das secas -, impactou não só na produção de grãos, que a gente tem diretamente como o arroz, mas indiretamente também na criação de animais, tanto de bovinos como suínos, porque a gente tem a soja que é o principal alimento, então foi grandemente impactada pelas secas”, afirmou.
Influência econômica
O dólar acima de seis reais é outro fator que impacta nos preços dos produtos mais consumidos agora no final do ano. Nesse contexto, para o produtor, é muito mais vantajoso vender para o mercado internacional. Com um volume maior de embarques, a disponibilidade interna diminui o que eleva ainda mais os preços ao consumidor brasileiro.
Adaptação
Para não deixar a ceia de Natal salgada, Fercher dá dicas para economizar. “O consumidor vai ter que ser muito criativo. Dá pra fazer, trocar aí de repente o bacalhau por um frango, um bacalhau por uma tilápia, recorrer à alternativas para garantir a ceia”, finalizou.
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