A fabricante de máquinas CNH Industrial, dona de marcas como Case IH e New Holland, registrou lucro líquido de US$ 333 milhões, ou US$ 0,24 por ação, no primeiro trimestre deste ano, informou a empresa nesta terça-feira (3).
O resultado representa queda de 18,4% ante o reportado no primeiro trimestre de 2021, lucro líquido de US$ 408 milhões (US$ 0,30 por ação).
O lucro líquido ajustado, que exclui custos não recorrentes, foi de US$ 378 milhões no período (US$ 0,28 por ação), ante US$ 352 milhões (US$ 0,26 por ação) do primeiro trimestre de 2021. O Ebit (lucro antes de juros e impostos) ajustado foi de US$ 429 milhões, alta de 9%.
A receita líquida subiu 13,4% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, para US$ 4,645 bilhões.
Em comunicado divulgado para a imprensa e investidores, a companhia atribuiu a queda do lucro líquido no primeiro trimestre ao cenário prejudicado por interrupções na cadeia de suprimentos, mas manteve sua orientação para o decorrer do ano, apesar da perspectiva de restrições. “As pressões logísticas e a escassez de semicondutores, que não são exclusivas da CNH Industrial, devem permanecer como um vento contrário ao longo do ano”, afirmou o CEO da companhia, Scott Wine.
As vendas de equipamentos agrícolas da CNH subiram 11,1% no trimestre, de US$ 3,038 bilhões para US$ 3,377 bilhões.
O Ebit (lucro antes de juros e impostos) ajustado do segmento ficou em US$ 426 milhões, avanço de 27% ante os US$ 399 milhões obtidos em igual intervalo do ano anterior. A companhia afirmou que o resultado foi impulsionado, principalmente, pelas regiões da América do Norte e América do Sul e reflete o aumento da demanda mundial por máquinas e equipamentos agrícolas, maior volume de vendas e realização de preços favoráveis.
Segundo dados da CNH, na América do Norte, a venda da indústria de tratores de baixa potência caiu 8%, mas aumentou os de média e alta potência tiveram alta de 9%. Na Europa, Oriente Médio e África (EMEA), a demanda por tratores caiu 8%, mas a por colheitadeiras aumentou 6%. A procura por tratores na América do Sul aumentou 11% e, entre as colheitadeiras, a demanda caiu 9%. A busca por tratores na Ásia caiu 14% e a por colheitadeiras aumentou 10%.
Para o acumulado de 2022, a CNH informou que espera aumento de 10% a 14% nas vendas líquidas. Quanto ao fluxo de caixa livre, a projeção é de geração de caixa superior a US$ 1 bilhão no ano.
AGCO
Outra fabricante de máquinas agrícolas, a AGCO, dona das marcas Valtra e Massey Ferguson, também divulgou o balanço.
A empresa obteve lucro líquido de US$ 151,8 milhões, ou US$ 2,03 por ação, no primeiro trimestre deste ano.
O resultado representa aumento de 0,66% ante igual período do ano passado, quando a companhia lucrou US$ 150,8 milhões, ou US$ 1,99 por ação.
Em termos ajustados, o lucro passou de US$ 2,00 para US$ 2,39 por ação. As vendas líquidas da companhia somaram US$ 2,686 bilhões no período, alta de 12,9% ante o reportado em igual intervalo de 2021.
“A AGCO apresentou vendas e lucros recordes no primeiro trimestre, uma vez que a economia agrícola saudável continua a dar suporte à demanda global robusta”, disse em comunicado o CEO da companhia, Eric Hansotia. “Apesar dessa demanda elevada, as restrições da cadeia de suprimentos agravadas pelos impactos da guerra na Ucrânia continuam a influenciar nossas operações. Nossos resultados refletem aumentos de preços substanciais para compensar o aumento dos custos de material, maiores despesas de logística e outras ineficiências de fabricação”.
Na América do Norte, as vendas aumentaram 14,7% no primeiro trimestre na comparação com um ano antes, para US$ 701 milhões. O desempenho foi motivado pelo aumento dos preços para mitigar as pressões de custos inflacionárias, juntamente com o aumento das vendas de tratores, grãos, proteínas e equipamentos, parcialmente compensados por menores vendas de produtos de plantio de precisão, disse a AGCO.
As vendas na América do Sul cresceram 48,2% na mesma comparação, para US$ 356,4 milhões. Excluindo o efeito do câmbio, o aumento foi de 41,8%. “As vendas cresceram fortemente em todos os mercados impulsionadas pela força contínua na demanda da indústria e impactos positivos de preços”, disse a companhia. “Os melhores resultados na América do Sul refletem o benefício de maiores vendas e produção, um mix favorável e preços que compensam a inflação de custos de materiais”.
Na Europa/Oriente Médio, as vendas somaram US$ 1,403 bilhão, aumento de 5,7% ante o primeiro trimestre do ano passado. Maiores vendas de tratores e peças de reposição juntamente com efeitos favoráveis de preços resultaram no aumento, afirmou a AGCO.
Para todo o ano de 2022, a companhia espera vendas entre US$ 12,5 bilhões e US$ 12,7 bilhões, ante os US$ 12,3 bilhões projetados anteriormente. A estimativa reflete a perspectiva de maiores vendas e volumes de produção, bem como de preços favoráveis para compensar a inflação de custos de material e mão de obra. A previsão de lucro por ação também foi elevada, de US$ 11,50 por ação para uma faixa entre US$ 11,70 e US$ 11,90.