Nos últimos dez meses, as tarifas de energia elétrica subiram de maneira considerável no Brasil, o que impactou diretamente na inflação.
Em 1º de maio de 2021, a Aneel instituiu a bandeira vermelha patamar 1 que estabelece uma cobrança de R$ 4,16 a cada 100 kw/h.
Um mês depois, elevou para bandeira vermelha patamar 2. A taxa mais do que dobrou e foi R$ 9,49 por 100 kw/h.
Em 1º de outubro de 2021 foi criada uma faixa ainda pior que é a bandeira vermelha escassez hídrica, com a taxa subindo para R$ 14,20 por kw/h.
A justificativa é que o Brasil enfrentou a pior estiagem em 91 anos, o nível dos reservatórios caiu e criou-se um deficit pela utilização das termo-elétricas, uma energia bem mais cara.
Agora com as chuvas e os reservatórios mostrando uma melhora considerável, muitos produtores rurais se questionam se esse preço continuará alto ou se haverá a volta para bandeira amarela ou verde na tarifa para os próximos meses.
Segundo Natália Addas, consultora em energia, as chances da bandeira voltar ao amarelo no próximo mês são grandes.
“A cobrança adicional não seria mais necessária diante desse cenário, porém ela deve continuar até pelo menos o final de abril por uma determinação da Câmara de Gestão da Crise Hídrica, que foi comissionada para combater a estiagem. Só no próximo mês devemos ter uma perspectiva mais concreta sobre os preços da energia”, diz.
No entanto, a consultora reforça que para fugir deste cenário, o Brasil precisa investir em outras fontes de energia.
“Esse debate é sempre necessário. A política energética empregada atualmente aqui no Brasil é problemática e voltada constantemente para as usinas termelétricas, que em momentos de crise nas hidrelétricas, acabam tendo um custo muito elevado”, afirma.