O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central irá anunciar na noite desta quarta-feira (22) a definição sobre a taxa básica de juros no país, a Selic. A expectativa de analistas do mercado é que ela seja mantida em 13,75% ao ano.
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Uma vez mantido o atual patamar da taxa de juros, o Copom estará indo na contramão do que tem sido propagado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em discursos, ele tem afirmado que é preciso baixar os juros no Brasil. Segundo o petista, a taxa praticada no momento estaria impedindo o desenvolvimento da economia nacional.
“O problema do Brasil está nas suas deficiências” — Miguel Daoud
Essa visão de Lula, contudo, não é validada por Miguel Daoud. Para o comentarista do Canal Rural, não adianta forçar a barra para baixar a taxa de juros. Tal medida não serve nem para o combate à inflação, conforme pontua. De acordo com ele, a questão envolvendo a Selic está longe de ser o principal problema do país.
“Não adianta o presidente achar que vai reduzir a taxa de juros na marra e que vai resolver”, disse Daoud ao participar da edição desta quarta-feira do telejornal ‘Mercado & Companhia’. “O problema do Brasil está nas suas deficiências”, prosseguiu o comentarista ao conversar com a jornalista e apresentadora Pryscilla Paiva.
Taxa de juros x deficiências do Brasil
E segundo Miguel Daoud, as principais deficiências do Brasil não passam diretamente pelo patamar alto — ou baixo — da taxa básica de juros. Segundo ele, o que trava o crescimento do país são os seguintes fatores:
- Custo da folha de pagamento;
- Gastos excessivos do governo (máquina pública inchada);
- Alto custo do Congresso Nacional.
“Um senador custa R$ 350 mil para o país. Um deputado, R$ 260 mil. Carros, aviões, custos de viagem. O governo hoje está praticamente inchado. E ele [Lula] não fala em reduzir custos. Agora, a taxa de juros não vai resolver”, afirmou Daoud.
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Editado por: Anderson Scardoelli.
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