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Dado de serviços e Brasília agitam o pré-Carnaval

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Dado de serviços e Brasília agitam o pré-Carnaval

Começou o feriado do Ano Novo Lunar na China, que fecha os mercados asiáticos por uma semana. Em NY, o mercado segue se ajustando às novas perspectivas para os juros e, a cada fala de um Fed boy ou um dado mais forte, se convence de que o Fed pode demorar mais a começar os cortes. Essa reprecificação pressiona os yields dos Treasuries e o dólar, que aqui voltou a testar os R$ 5, enquanto as taxas futuras subiam na B3. Os ativos domésticos também já assumem posição defensiva antes do carnaval, quando sairá, nos EUA, o CPI (3ªF).

Internamente, causou apreensão o IPCA acima do esperado, que eleva a expectativa para os dados de serviços, que o IBGE divulga hoje (9h). Na bolsa, repercutem o balanço de BB e o relatório de produção da Petrobras. Brasília também está no radar, com o recuo do governo na reoneração.

No Estadão, a Fazenda estaria disposta a mudar o formato e prazo da reoneração da folha. Na construção do meio-termo, Haddad aceitaria retirar a reoneração da MP e enviar projeto de lei ao Congresso em caráter de urgência. Esse formato daria poder maior ao Legislativo em comparação à MP.

Internamente, segundo corre nos bastidores, o PL já não descarta atrapalhar as próximas votações no Congresso, como protesto à atuação da PF contra Bolsonaro. Mas a ascendência de Lira sobre o Centrão promete ser decisiva para o governo, para o bem ou para o mal. Lira deve se reunir com Lula após o carnaval. 

O recuo da Fazenda na reoneração foi tema ontem da reunião entre Haddad e senadores. A MP em vigor atualmente acaba com a desoneração da folha a partir de abril, mantendo uma cobrança escalonada até 2027. A partir de 2028, as empresas passariam a pagar a alíquota integral. O governo se mostra disposto a adiar para 2029 o prazo para a cobrança integral, dando maior tempo para as empresas se adaptarem.

Apesar do fatiamento da MP, a Fazenda defende que sigam na MP o Perse, alvo de disputa entre Lira e o governo, e o limite a compensação de créditos por decisão judicial. Há dúvidas sobre onde ficaria a questão do benefício previdenciário às prefeituras, se no PL ou na MP.

A reoneração da folha de pagamento é uma das “balas de prata” pensadas pela equipe econômica para elevar a arrecadação e garantir este ano o déficit fiscal zero, que enfrenta resistência dentro do próprio governo. Números preliminares da base de dados do governo indicam que a arrecadação federal veio forte em janeiro: +9%, segundo o Valor.

ADR NO AFTER HOURS – Petrobras teve alta moderada de 0,58% e BB caiu de leve (-0,10%) no pregão noturno. A estatal petrolífera apresentou mais uma alta de produção de petróleo e gás natural no 4Tri, de 2,935 milhões de barris diários (boe) de óleo equivalente (petróleo e gás natural), alta anualizada de 10,9%. De seu lado, o lucro ajustado do BB no 4Tri, de R$ 9,442 bilhões, veio praticamente em linha com o esperado (R$ 9,170 bi).

MAIS AGENDA – Economistas esperam aceleração no volume de serviços medido pelo IBGE para 0,7% em dezembro (contra 0,4% em novembro).  Às 5h, sai a primeira prévia do IPC-Fipe de fevereiro. Usiminas e Banrisul soltam balanço antes da abertura.

LÁ FORA – A dirigente do Fed Lorie Logan fala (15h30), a PepsiCo informa balanço pela manhã, a Baker Hughes divulga os poços de petróleo em operação (15h) e sai a leitura de janeiro da inflação (CPI) na Alemanha (4h).