Com a expectativa de mais uma redução da taxa Selic no Brasil, a tendência segundo os analistas é que o dólar continue em alta. A sustentação da moeda norte-americana anima exportadores de commodities agropecuárias mas desanima produtores que acabaram fazendo dívidas em dólar e veem suas rendas diminuindo diante deste cenário.
Segundo o comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, com o avanço do pico da doença no Brasil e o cenário anterior à crise, de recessão econômica, é possível que o Brasil enfrente uma situação pior do que a enfrentada nas duas grandes guerras.
“As duas grandes guerras que nós tivemos teve uma repercussão econômica significativa. O que aconteceu nas guerras foi que ela destruiu patrimônio e infraestrutura dos países europeus. Com o fim da guerra, houve uma demanda muito grande por serviços, tanto é que os Estados Unidos se tornaram uma potência econômica quando suas empresas participaram da reconstrução da Europa. E não é isso que vai acontecer agora”, disse.
Segundo Daoud, o modelo de comércio mundial foi totalmente baseado no consumo elevado. “Cerca de 70% do PIB norte-americano, que é o maior do mundo, é destinado ao consumo e isso ativa a economia mundial. Com o fim do coronavírus, vai levar tempo para que possamos entender como será o novo modelo de mundo, que terá dificuldades em sustentar esse modelo de consumo”, contou.