O dólar comercial opera na manhã desta segunda-feira, 27, pressionado frente ao real, acima do patamar de R$ 4,21, desde a abertura dos negócios, em meio ao avanço do coronavírus na China que já matou 80 pessoas no país e infectou mais de 2,7 mil. O surto do vírus deixa o mercado em alerta para os possíveis impactos econômicos que deverá provocar no país asiático.
Às 9h41 de Brasília, a moeda norte-americana operava em alta de 0,59% no mercado à vista, cotada a R$ 4,212 para venda, enquanto o contrato para fevereiro subia 0,69%, a R$ 4,213.
As autoridades chinesas estenderam o feriado de ano novo em três dias para que as pessoas evitem ou adiem viagens de retorno para casa com o objetivo de tentar conter o surto do vírus. Há registros da doença nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, França e em outros países asiáticos.
“A disseminação do coronavírus preocupa. O governo está isolando grandes regiões para evitar contágio. O resultado será uma queda do turismo e do consumo. Estimativas sugerem que, dependendo da velocidade do contágio, a queda do PIB [Produto Interno Bruto] chinês poderia atingir 1,2 ponto percentual”, comenta o economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo.
Para o economista-chefe da Infinity, Jason Vieira, o mercado financeiro teme as consequências econômicas da intensificação do surto do vírus.”A China estava prestes a embarcar num possível ciclo de recuperação da atividade. A trégua da guerra comercial com os Estados Unidos daria o alento necessário para um novo ciclo de investimentos neste ano. Com a questão do vírus, tudo fica em aberto”, avalia.