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Agricultura

Dólar fecha em alta, no maior valor desde maio, após Renda Cidadã

Moeda registrou elevação de 1,49% com investidores locais renovando as preocupações com o cenário fiscal do país

notas de dólar
Foto: Pixabay

O dólar comercial fechou em alta de 1,49% no mercado à vista, cotado a R$ 5,6390 para venda, no maior valor de fechamento desde 20 de maio – quando ficou em R$ 5,6840 – em sessão de forte volatilidade e amplitude da moeda com investidores locais renovando as preocupações com o cenário fiscal do país após a equipe econômica e líderes do governo federal anunciarem um novo programa social, o Renda Cidadã.

O economista-chefe da Necton Corretora, André Perfeito, destaca que o “nervosismo” tomou conta do mercado após o anúncio sobre o Programa Renda Cidadã e como ele será financiado. “O dia tinha tudo para ser de recuperação. No entanto, o anúncio de que o governo deverá usar a rolagem dos precatórios como fonte de financiamento do programa Renda Cidadã criou apreensão entre investidores que viram na manobra certo calote”, avalia.

Segundo o senador Márcio Bittar (MDB-AC), o governo federal usará 2% das receitas correntes líquidas para pagar precatórios devidos pela União e o restante desses recursos será usado para custear o programa do Renda Cidadã. Enquanto 5% dos recursos do Fundeb serão destinados às famílias que serão beneficiadas pelo programa.

“Calote é uma palavra forte e não concordamos com essa leitura, mas o rumor no mercado foi esse. O dólar experimentou alta expressiva que foi contida por um leilão [do Banco Central] de à vista. Muito ainda tem que ser esclarecido nos próximos dias”, acrescenta.

No início da tarde, a moeda renovou máximas sucessivas a R$ 5,6760, na maior cotação intraday desde 21 de maio, o que levou a autoridade monetária a fazer um leilão de venda de dólares no mercado à vista, com a oferta de US$ 1,0 bilhão. O volume aceito foi de US$ 877,0 milhões na primeira operação do mês. O último leilão havia sido feito em 21 de agosto, quando na véspera o
dólar alcançou também o patamar de R$ 5,67.

O diretor da Correparti, Ricardo Gomes, reforça que o pano de fundo continua sendo as “velhas incertezas” em relação a capacidade do governo de Jair Bolsonaro de levar adiante o programa de reformas necessárias e, consequentemente, retomar o crescimento econômico do país. “O agravamento da crise fiscal, sem o devido tratamento, deixa investidores avessos ao risco,
migrando para a proteção”, ressalta.

Nesta terça, 29, com a agenda de indicadores esvaziada, o economista da Guide Investimentos, Alejandro Ortiz, acredita que o viés seguirá altista para o dólar em meio às preocupações com o cenário fiscal, no qual o mercado deverá reagir aos desdobramentos sobre o programa Renda Cidadã.

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