Economia

Dólar fecha em queda, a R$ 4,30, na primeira queda semanal no ano

Na semana, marcada pela sequência de máximas históricas, a moeda caiu 0,44% interrompendo seis semanas seguidas de alta

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Foto: Pixabay

O dólar comercial fechou em queda de 0,71% no mercado à vista, cotado a R$ 4,30 para venda, refletindo o alívio local após o Banco Central (BC) repetir a dose e colocar mais US$ 1,0 bilhão em contratos de swap cambial tradicional – equivalente à venda de dólar no mercado futuro – após a moeda renovar máximas históricas ao longo da semana até chegar à R$ 4,38. 

“Ao realizar um novo leilão de swap cambial, o BC deixou claro que não fica confortável com níveis para dólar superiores aos R$ 4,35. Curiosamente, contrariando o discurso do ministro [da Economia] Paulo Guedes, que defendeu a ideia de um dólar mais alto como bom para o país”, comenta o analista de câmbio da Correparti, Ricardo Gomes Filho. 

Na semana, marcada pela sequência de máximas históricas, a moeda caiu 0,44% interrompendo seis semanas seguidas de alta e assim, registrando a primeira queda percentual na semana no ano.  

Em relação ao alívio local após os recordes, os analistas da Capital Economics veem que, mesmo que a recuperação (do real) continue nas próximas semanas, o dólar terminará o ano mais fraco que seu nível atual. “O real tem sido a moeda emergente de pior desempenho até agora este ano, desvalorizando-se mais de 7% em relação ao dólar”, comentam.  

Já a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, destaca que o contrato futuro para vencimento em março operou com queda mais intensa (ao redor de -1,22%, a R$ 4,2995) em viés de correção após a atuação do BC no mercado futuro. “Tem havido uma demanda de investidores estrangeiros, de fundos e de gestores por proteção do câmbio. Por isso, a intervenção foi no futuro, por essa demanda por hedge”, comenta.  

Na segunda-feira, é feriado nos Estados Unidos, o que deverá reduzir a liquidez global, refletindo nos negócios locais. Para a economista da Veedha, mesmo que os negócios locais sejam mais fracos, o coronavírus deverá seguir no radar dos investidores e pode ancorar o movimento dos ativos na abertura dos negócios, ainda mais sem o mercado norte-americano.