O dólar comercial opera em alta frente ao real desde abertura dos negócios em viés de correção local, após forte queda ontem e fechar no menor valor em seis meses, além de acompanhar o exterior onde a divisa norte-americana ganha terreno ante os pares e de países emergentes.
Lá fora, o mercado opera cauteloso com notícias sobre o Brexit, vacinas e atentos aos avanços quanto ao pacote de estímulos à economia dos Estados Unidos.
Às 10h03 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em alta de 0,43% no mercado à vista, cotada a R$ 5,0640 para venda, enquanto o contrato futuro com vencimento em janeiro subia 0,73%, a R$ 5,0640. Lá fora, o Dollar Index tinha alta de 0,15%, aos 90,961 pontos.
No exterior, a equipe econômica do Bradesco ressalta que o noticiário de vacinas fica em segundo plano na sessão, em meio ao avanço da pandemia do novo coronavírus em vários países.
“Ontem, Alemanha e Estados Unidos registraram novos recordes no número diário de casos e de mortes, respectivamente. Além disso, as preocupações com a indefinição das relações comerciais entre Reino Unido e União Europeia impõem cautela aos negócios”, avaliam os analistas do banco. Investidores também acompanham as evoluções das tratativas para a aprovação de um novo pacote de estímulo fiscal norte-americano.
Aqui, além de acompanhar a desvalorização das moedas de países emergentes, há um viés de correção após a forte queda ontem (-2,53%, a R$ 5,04), com o contrato futuro caindo a R$ 5,01. “O nível psicológico de R$ 5,00 promete muita disputa”, comenta os analistas da corretora Commcor, acrescentando a “intenção” do Banco Central (BC) em seguir com a oferta de “hedge” (proteção) ao mercado com um novo “leilão extra” de swap cambial hoje.
Serão 16 mil contratos, montante de US$ 800,0 milhões. “Estratégia claramente ligada à iminência do fluxo comprador [de dólar futuro] de ajuste ao overhedge por parte de bancos até o fim do ano”, explicam.
Para o gerente de câmbio de uma corretora nacional, a moeda local pode inverter a direção ao longo da sessão em meio à perspectiva de que a taxa Selic poderá voltar a subir mais cedo do que o esperado em 2021, o que pode continuar atraindo dólares ao país.