O dólar comercial exibe volatilidade na abertura dos negócios e oscila com viés de queda frente ao real com o mercado doméstico digerindo ruídos políticos sobre o cenário fiscal, que assustou o mercado ontem, no fechamento do pregão. O exterior segue no radar em meio ao avanço da Covid-19 nos Estados Unidos e com o impasse entre a União Europeia e o Reino Unido.
Às 10h02 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em queda de 0,40% no mercado à vista, cotada a R$ 5,1030 para venda, enquanto o contrato futuro com vencimento em janeiro oscilava com ligeira alta de 0,02%, a R$ 5,1020.
Na reta final dos negócios, os ativos domésticos foram fortemente impactados por rumores que, segundo fontes, poderia englobar alguma forma de flexibilização ao teto de gastos.
“O que naturalmente atinge nossa maior ferida: a crise fiscal. Fato é que esse tipo de informação leva o mercado a fortes reações, com o real devolvendo grande parte dos ganhos de ontem”, comenta a equipe econômica da corretora Commcor.
Para o economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, os rumores de possível “drible” no teto de gastos trazem investidores “de volta à realidade” em meio aos ganhos recentes. Ele acrescenta que o rumor, que sugeria que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial excluiria despesas financiadas com receitas desvinculadas do teto, “despejou um balde de água fria” sobre o mercado.
“Após semanas de ralis sustentados pelo fluxo estrangeiro, avanços no desenvolvimento de vacinas e a concretização dos resultados das eleições norte- americanas, a disseminação dos ruídos sobre uma nova tentativa de flexibilizar o teto de gastos reinstalou o clima de insegurança e indefinição que rodeiam o futuro fiscal do Brasil”, ressalta.
Lá fora, o avanço da pandemia do novo coronavírus em vários países desenvolvidos impõe cautela aos negócios, diz a equipe econômica do Bradesco. Nos Estados Unidos, algumas regiões do país retomaram medidas de distanciamento social, diante da aceleração do aumento de casos de covid-19. “A indefinição sobre o comércio entre a União Europeia e o Reino Unido, após o Brexit, também contribui para a aversão ao risco”, dizem os analistas do banco. Com informações da Agência CMA.