O dólar comercial fechou em queda de 0,98% no mercado à vista, cotado a R$ 4,216 para venda, e rompeu uma sequência de três altas seguidas que resultaram em recordes sucessivos de valor nominal da moeda estrangeira. A sessão, marcada pela liquidez reduzida em meio ao feriado de ação de graças nos Estados Unidos, iniciou com a intervenção do Banco Central (BC) anunciada ontem após o fechamento do pregão no qual colocou US$ 1,0 bilhão de dólares no mercado à vista.
“A mão firme do Banco Central foi a principal responsável por essa tendência ao longo do dia com o leilão de dólar ‘puro’. Isso ajudou a moeda a transitar nas mínimas do dia, em um movimento totalmente descolado do exterior”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.
Na segunda parte dos negócios, a moeda intensificou a queda renovando máximas sucessivas após Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia alegar que houve erros no cálculo das exportações da balança comercial em novembro.
Com isso, o total exportado neste mês até o dia 24 aumentou de US$ 9,681 bilhões para US$ 13.498 milhões, e o saldo comercial acumulado no mês passou de déficit de US$ 1,099 bilhão para um superávit de US$ 2,717 bilhões.
O operador de mesa de uma corretora local ressalta que a revisão dos dados da balança comercial brasileira ajudou na queda mais intensa da moeda no meio da tarde, o que levou o dólar a renovar mínimas sucessivas a R$ 4,214 (-1,03%). “Além de uma correção após três pregões de máximas históricas”, acrescenta a analista da Toro Investimentos, Luana Nunes.
Dando continuidade ao movimento de liquidez reduzida já que o mercado financeiro norte-americano vai operar em horário reduzido, nesta sexta, é o último pregão do mês e tem a tradicional disputa pela formação de preço da taxa Ptax – média das cotações apuradas pelo Banco Central (BC).
“O que deve provocar forte volatilidade na primeira parte dos negócios. Mas se o BC entender que deve entrar, ele vai entrar no mercado. O investidor local segue atento às atuações da autoridade monetária”, diz a analista.