Economia

Dólar sobe até 1% com queda do petróleo e cenário político no Brasil

Mercado repercute a forte queda do preço do petróleo no mercado internacional e o cenário político, após Bolsonaro participar de uma manifestação em defesa ao regime militar e criticar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal

dólar
Foto: Pixabay

O dólar comercial abriu os negócios desta segunda-feira, 20, pressionado, chegando a subir mais de 1%, acompanhando o exterior negativo em meio à forte queda do preço do petróleo que impacta as moedas de países emergentes e ligadas às commodities. Às 10 horas de Brasília, a moeda norte-americana operava em alta de 0,68% no mercado à vista, cotada a R$ 5,2750 para venda, enquanto o contrato para maio subia 0,66%, a R$ 5,2770.

Os preços dos contratos futuros de petróleo derretem, com o WTI em baixa de mais de 30%, com o barril cotado abaixo de US$ 12, menor nível em mais de 20 anos em meio ao desequilíbrio entre a demanda e a oferta da commodity, comenta o analista de câmbio da Correparti, Ricardo Gomes Filho, com a pandemia do novo coronavírus, além do vencimento do contrato de maio esta semana.

A queda forte no WTI se dá também com as preocupações de que o volume de petróleo armazenado nos Estados Unidos esteja aumentando acentuadamente, respondendo à queda drástica no consumo com o isolamento social no país.

No Brasil, o cenário político volta aos holofotes após o presidente Jair Bolsonaro participar de uma manifestação em defesa ao regime militar com críticas ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que provocou reaçõesde líderes políticos e do poder judiciário que se mostram preocupados com a postura do chefe de estado.

Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, o ato do presidente piora a já ‘frágil’ situação política do país. “Ainda que a relação política que tem se desenhado neste momento seja muito mais complexa do que salta às vistas, o fato de Bolsonaro ‘escorregar em cada casca de banana’ posta em seu caminho, dificulta o necessário diálogo para o futuro das reformas. São desgastes desnecessários”, avalia.