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Dólar sobe e fecha a R$ 4,109 após anúncio de acordo entre EUA e China

O tão esperado anúncio provocou forte volatilidade na moeda que operou em sinais positivo e negativo em alguns momentos da sessão

dólar

O dólar comercial fechou em alta de 0,36% no mercado à vista, cotado a R$ 4,109 para venda, em dia marcado pelo anúncio de um acordo comercial preliminar firmado entre Estados Unidos e China. O tão esperado anúncio provocou forte volatilidade na moeda que operou em sinais positivo e negativo em alguns momentos da sessão. Investidores ainda digerem alguns detalhes do acordo, ainda não divulgados por completo.

“O dólar operou exibindo forte volatilidade, respondendo sobretudo às notícias associadas à disputa comercial entre norte-americanos e chineses. Após abrir em forte queda amparado pelas declarações pró-acordo do presidente norte-americano [Donald] Trump no dia anterior”, comenta o analista da Correparti, Ricardo Gomes Filho. 

Apesar da alta na sessão, a moeda fechou a semana em queda de 0,89%. A economista e estrategista de câmbio do Ourinvest, Cristiane Quartaroli, ressalta que mesmo com o recuo significativo nos últimos dias, o dólar ainda está em patamar “muito elevado”, e qualquer ruído no exterior ou aqui, vindo da política principalmente, vai afetar a moeda. “O cenário segue avesso ao risco”, acrescenta. 

Antes da última semana cheia do ano, a economista ressalta que o desempenho da moeda local é o segundo melhor entre as moedas de países emergentes, ficando atrás apenas do peso colombiano, porém, no ano, tem o quarto pior desempenho com valorização de quase 6%.

“Só estamos perdendo para os pesos argentino e chileno e para a lira turca. Ou seja, ainda temos um crescimento gradual e superficial. Falta robustez e estabilidade nos indicadores econômicos. Ainda não dá para comemorar o resultado do câmbio neste mês”, reforça.  

Na próxima semana, os investidores locais focarão na ata da reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom) no qual aguardam por mais pistas sobre os passos do banco central brasileiro no ano que vem. Além do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado pelo Banco Central (BC) seguido da coletiva do presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.

Para os economistas do Bradesco, o Copom deverá reforçar a mensagem de que a próxima decisão de política monetária, em fevereiro, está condicionada à evolução do cenário econômico, principalmente, de inflação. 

“Considerando o nosso cenário, acreditamos que o BC terá espaço para um corte adicional da Selic [taxa básica de juros] no início do ano, que levaria os juros para 4,25%”, comentam. 

Quanto ao cenário da moeda estrangeira, o diretor de câmbio do Ourominas, Mauriciano Cavalcante, destaca que o acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo deve provocar reações aos ativos a partir da semana que vem. 

“Acredito que o acordo deverá refletir, de fato, nos mercados a partir da semana que vem. O que pode refletir em uma queda gradativa do dólar com investidores refazendo posições após a confirmação do acordo”, diz.