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Economia

Dólar sobe mais de 2% e atinge o maior valor em setembro

Os investidores estão receosos diante de uma segunda onda da pandemia de coronavírus na Europa e novos casos nos Estados Unidos

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Foto: Pixabay

O dólar comercial fechou em forte alta de 2,24% no mercado à vista, cotado a R$ 5,5920 para venda, no maior valor de fechamento desde 26 de agosto e na quarta alta seguida – acumulando ganhos de 6,8% – em meio à forte aversão ao risco que prevaleceu no exterior, o que levou a moeda norte-americana a ganhar terreno de forma generalizada na sessão.

“Foi uma sessão de forte sentimento de aversão ao risco com investidores precificando uma segunda onda da pandemia do novo coronavírus na Europa e o aumento dos casos [de covid-19] nos Estados Unidos. Esse repique da pandemia amplia as incertezas sobre a recuperação da economia global e pesou no clima dos mercados”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

O analista de câmbio da mesma casa, Ricardo Gomes Filho, acrescenta que investidores reajustaram posições ao longo da sessão antecipando uma “provável nova rodada de desaquecimento” da economia global diante do crescimento do número de contaminados pela covid-19.

Nesta quinta, 24, investidores locais ficarão atentos à coletiva de imprensa do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que comentará o resultado do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) a ser divulgado pela autoridade monetária às 8h.

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, falará no Senado norte-americano. Tem ainda a decisão de política monetária do Banco de México (Banxico), no qual a aposta do mercado é de que a taxa de juros caia de 4,50% para 4,25%. Fator que levou a divisa a cair mais de 3% hoje.

Com o dólar ao redor de R$ 5,60, Rugik diz que o Banco Central pode mostrar força e atuar no mercado cambial caso a moeda fique acima desse nível, mesmo em ambiente de aversão ao risco no exterior.

Já a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, não acredita que a autoridade monetária intervenha no mercado “de imediato”. No mês passado, quando a moeda estrangeira chegou a operar acima dos R$ 5,67, o BC realizou leilões de venda de dólares à vista. A economista ressalta que com o ambiente de incertezas também no mercado interno diante da situação fiscal do país, ela “não vê motivos para bom humor” nos ativos amanhã.

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